Há mais de 30 séculos o homem se encanta pelo brilho e coloração incomum da Opala preciosa. Gregos, Romanos, Indianos, Hebreus… renderam suas homenagens ao que em sânscrito se chamava de ‘Upala’ ou “pedra preciosa”.
Tão raro quanto a sua beleza é a sua presença na natureza. Atualmente, a Opala preciosa é basicamente extraída de algumas lavras da Austrália, América do Norte, Leste Europeu e África. No Brasil, ela só é encontrada em algumas jazidas no entorno do município de Pedro II (PI).
Reconhecida internacionalmente pela beleza e qualidade, a Opala de Pedro II tem se destacado como vetor de desenvolvimento da região e do estado do Piauí, especialmente depois do fomento do Arranjo Produtivo Local de Gemas e Jóias Opala do Piauí.
O APL reuniu e organizou os diversos atores do setor: a Associação dos Joalheiros e Lapideiros de Pedro II (AJOLP), a Cooperativa dos Garimpeiros de Pedro II (COOGP), e a Associação dos Produtores de Opala do Piauí (APROPI).
“Em 2005 as atividades estavam paradas na região, tínhamos todos os tipos de problemas de organização, formalização e ambientais”, lembra o presidente da COOGP, Antônio Sepúlveda. Sob forte pressão das autoridades ambientais, era preciso encontrar uma saída para o impasse, que permitisse a exploração sem degradar o meio ambiente.
“Talvez esse fosse o maior desafio nosso. Conseguir as Permissões de Lavra Garimpeira (PLG) e projetos de exploração sustentável capazes de dar conta da produção de maneira responsável e sustentável”, complementa Marcelo Morais, coordenador do APL Opala Piauí.
O resultado aos poucos foi se formando. Após quase três anos de trabalho a produção de opala praticamente dobrou, e com a formação de 14 novos lapidários, também parte do trabalho do APL, a produção de jóias na região aumentou 200%.
Os estabelecimentos que comercializam jóias também dobraram, tornando Pedro II um atrativo turístico forte no estado, devido principalmente a Opala. “Além de suas formações rochosas e pinturas rupestres, Pedro II está atraindo turistas, também, por causa da nossa Opala. O festival de inverno que promovemos fica lotado de turista, e agora eles estão procurando a Opala de Pedro II”, conta, animado, o prefeito do município, Alvimar de Andrade.
Os resultados apareceram também no bolso de quem participa do Arranjo Produtivo. “Antes agente comercializava a pedra bruta que podia ser vendido entre R$10 e R$200 o grama, dependendo da qualidade, agora, com o beneficiamento da lapidação e da ourivesaria, podemos vender a gema a R$ 30 o quilate”, conta Antônio Sepúlveda.
Mesmo com o aumento da produção a região ainda não consegue dar conta da demanda interna e externa do mercado de Opala. “Nosso desafio agora para diante é de estabilizar a produção para garantir que não haja gargalos entre: produção, beneficiamento e comercialização”, afirma Marcelo Morais.
por: Claudio Almeida
Jornalista da RedeAPLmineral
Fonte: RedeAPLmineral