Pedidos de pesquisa mineral no Brasil têm crescimento de 44%

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Até maio deste ano, o DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral) protocolou 11.257 requerimentos de pesquisa, licença, lavra garimpeira e extração de minérios, um aumento de 43,7% em relação ao mesmo período do ano passado.

Os números consolidam a Bahia como nova fronteira minerária do país, superando o Estado de Minas Gerais. Em seguida estão Goiás, Rio Grande do Sul e São Paulo.

“Nunca se investiu tanto”, diz Manoel Barretto, que assume hoje o cargo de diretor-presidente da CPRM (Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais), ligada ao Ministério de Minas e Energia.

Segundo o órgão, neste ano o governo destinará cerca de US$ 50 milhões (R$ 80 milhões) à pesquisa mineral, patamar semelhante ao dos dois anos anteriores.

Na comparação com outros mercados relevantes no setor, o Brasil ainda investe pouco. Estatísticas do Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração) revelam que, em 2009, do total gasto no mundo, o país correspondeu a apenas 3%, enquanto Canadá e Austrália representaram 16% e 13%, respectivamente.

“O volume de recursos para pesquisa mineral no país é bem abaixo da média mundial”, diz Ronaldo Valiño, sócio e líder de mineração da consultoria PwCBrasil.

Com isso, menos da metade do território brasileiro está mapeado. Segundo Barretto, de 2004 a 2011, o governo fará levantamento geofísico aéreo em 38% do território.

Outro tipo de mapeamento é o geológico, que, na<qj>metodologia mais abrangente, atingirá 9,7% da área do país, diz.

“De 1970 a 2003, o mapeamento geológico atingiu 45,9% do território. Mas há problemas de imprecisão. Naquela época não havia, por exemplo, GPS. E as empresas demandam esse tipo de informação”, diz Barretto.

Para Valiño, da PwCBrasil, se o governo investisse mais no mapeamento de jazidas, as oportunidades de investimentos seriam maiores.

SETOR PRIVADO

Como as mineradoras encaram que o governo oferece dados insuficientes sobre o solo brasileiro, o setor privado investe na área.

Além da estabilidade econômica e da abundância de recursos naturais no país, o contexto global estimula as prospecções em mineração.

“Apesar de as economias europeias passarem por um momento frágil, o preço das commodities continua em um bom patamar, pois a demanda está sendo suprida por uma oferta apertada”, diz Alexandre Rangel, diretor da consultoria Ernst&Young.

Para ele, a iminente entrada da China na atividade mineral no Brasil também incentiva a prospecção de reservas por empresas que aguardam o capital chinês.

“Muitas empresas de porte menor estão tentando colocar ativos em fase de pré-produção para se tornarem mais atraentes para a hora em que chegar o investimento chinês, tanto para uma parceria ou mesmo venda”, afirma.

Nem mesmo as incertezas regulatórias diminuem o interesse. Pelo contrário, a discussão sobre um novo marco regulatório provoca uma corrida à exploração.

“Isso tem incentivado quem tem algum recurso a transformá-lo rapidamente em reserva explorada. As empresas preferem garantir sua posição na regra atual do que depois ter de entrar no país seguindo uma regra que ninguém conhece”, diz Rangel.

Fonte: Noticias.bol.uol.com.br

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