Indústria mineira cresce em ritmo chinês

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A indústria mineira imprimiu um ritmo “chinês” à produção nos últimos doze meses terminados em janeiro, com expansão de dois dígitos. No período, a produção industrial mineira cresceu 13,2%, comparada com os 12 meses anteriores. O resultado ficou acima da média nacional, de 9,4%.

No período, o crescimento da produção industrial mineira foi o quinto maior do país, atrás apenas dos registrados pelo Espírito Santo (19,4%), Goiás (15,5%), Paraná (14,8%) e Amazonas (13,8%). Os dados fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física – Regional, divulgada ontem pelo IBGE.

Em Minas, os setores que puxaram a produção foram os de bens de capital, bens de consumo duráveis e, principalmente, mineração. Na comparação de janeiro contra dezembro, a produção industrial de Minas registrou queda de 1,8%, enquanto no país a indústria recuou 1%.

Nessa mesma comparação, o levantamento do IBGE indica que a produção industrial cresceu em sete dos quatorze locais pesquisados.

O recuo de janeiro é explicado por motivos sazonais e não configura, necessariamente, quebra no ritmo de expansão da indústria mineira. Tanto que, na comparação com janeiro de 2010, a produção industrial avançou 3,1%, acima da média nacional, de 2,5%.

Nessa comparação (janeiro de 2011 contra janeiro de 2010), os setores que puxaram o resultado em Minas foram as produção de minério de ferro e as indústrias de inseticidas e metalurgia.

A indústria extrativa mineral foi o grande motor da expansão da indústria mineira em função da recuperação da demanda e dos preços nos mercados internacionais.
Na comparação de janeiro de 2011 contra janeiro de 2010, o crescimento foi de 13,9%, quase o triplo da média nacional do setor, de 5,5%.

Segundo o presidente do Sindicato da Indústria Mineral de Minas Gerais (Sindiextra), Fernando Coura, a demanda mundial aquecida, particularmente da China, a relativa estabilidade da economia americana e a melhora dos preços de minério de ferro, cobre e zinco, contribuíram para o resultado.

“Esse crescimento não vai parar. A demanda deve seguir crescendo e existem novos projetos para este ano, o que vai alavancar ainda mais os resultados futuros”, disse Coura.

Nessa mesma comparação, outro bom desempenho foi registrado pela indústria de bebidas, que cresceu 4%, a segunda melhor taxa do país, enquanto a produção nacional recuou 4,5%. A metalurgia mineira cresceu 1,8%, frente a queda de 5,1% na média nacional.

Já o setor de máquinas e equipamentos registrou queda de 9,8%, desempenho bem inferior ao da média nacional do setor, que registrou alta de 7%. Para o diretor de Financiamentos da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Carlos Nogueira, a retração já era esperada.

Segundo ele, a surpresa foi a alta na média nacional, que pode ter sido motivada por fatores pontuais, “como a implantação de uma plataforma de petróleo”.

Já a indústria têxtil, um dos principais setores afetados pelo crescimento da concorrência dos importados, registrou queda de 3,5%, ante uma retração na produção têxtil nacional de 11,6%.

O presidente do Sindicato das Indústrias de Tecelagem e Fiação no Estado de Minas Gerais (SIFT-MG), Adelmo Percope Gonçalves, credita o resultado à alta no preço do algodão, à baixa no preço do dólar e ao aumento das importações de tecidos chineses.

Fonte: Portal Hoje em dia

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