O Ministério da Integração Nacional quer que alunos e pesquisadores da UnB apoiem arranjos produtivos da região de Águas Emendadas – que incluem 99 municípios goianos e mineiros próximos à Brasília. Um termo de cooperação está sendo negociado entre as duas instituições.
“Mediante a consolidação do termo pesquisadores e alunos poderão atuar em arranjos produtivos. As demandas de gestão vão partir, contudo, das próprias coordenações dos termos”, explicou o professor Ricardo Neder, da UnB Planaltina.
Arranjos produtivos locais são iniciativas que reúnem um conjunto de empresas e representações da sociedade para articular estratégias de desenvolvimento regional. Na região das Águas Emendadas, esses arranjos trabalham com extração de minérios, produção de leite, confecções e fruticultura, entre outros.
Nesta quarta-feira, 19 de janeiro, os APLs foram tema de discussão entre estudantes, professores e representantes do Ministério da Integração Nacional, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Embrapa e Sebrae-DF. O debate na UnB Planaltina apontou a necessidade de o poder público ouvir as necessidades dos produtores locais.
“O gestor da APL deve ser visto como um animador e facilitador, as ideias têm que vir do grupo”, apontou Marcelo Gastal, gestor da área de agricultura familiar da Embrapa.
“Em uma cultura indígena, por exemplo, a hierarquia familiar e o respeito aos mais velhos são pontos importantes a serem considerados”, disse Agnaldo. “Dois APLs especializados em confecção, ainda que possuam o mesmo maquinário, podem ter uma identidade local e um modo de fazer totalmente diferente”, complementou Ana Prata, do Ministério do Desenvolvimento.
Thiago Melo, do Sebrae, destacou que “não basta que os vários atores dos APLs estejam na mesma região e trabalhem no mesmo ramo, eles têm que atuar em conjunto”.
Para Ricardo Neder, a pesquisa também desempenha uma papel importante na gestão dos APLs. “Nesse tipo de pesquisa, os atores locais têm o direito de alterar as metodologias, participando da construção da pesquisa”, defendeu.
Marcelo Gastal, por sua vez, acredita que faltam pesquisas que investiguem estratégias para o desenvolvimento local. “Até hoje, ainda se pensa no meio acadêmico que pesquisa participativa e menos científica”, critica.
(com modificações)
Fonte: UnB