Situação e perspectivas da educação profissional em Goiás

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Os dados históricos e as estatísticas atuais subsidiam as ações da área, tais como os setores que mais empregam, os saldos de empregos formais, a existência de Arranjos Produtivos Locais (APLs), a busca por novas profissões técnicas, bem como as particularidades socioeconômicas do Estado, como a tendência de diversificação da economia que, juntamente com a agropecuária, apresentam atividades expressivas, como o extrativismo mineral, a indústria, o turismo e as demais atividades de prestação de serviços.

Remontando-nos à década de 70, verificamos que Goiás registrou avanços na produção agrícola mecanizada, com incremento da produtividade, além do início do processo de industrialização e da dinamização de seu comércio. Mas foi a partir da última década de 90, quando o crescimento econômico brasileiro passou por um processo de desconcentração dos tradicionais eixos Sul – Sudeste, que o Estado de Goiás, pela sua posição estratégica no País e Mercosul e por outros fatores, experimentou avanços em sua competitividade e na capacidade de atração de investimentos.

Em relação às matrículas no ensino médio, considerando-se as redes estadual, federal, municipal e privada, registra-se um incremento de 254.548 matrículas em 2000 para 280.747 em 2006, sendo que na rede estadual a Educação de Jovens e Adultos saltou de 24.652 matrículas em 2000 para 80.002 em 2006.

O quadro socioeconômico, ocupacional e educacional reforça então a necessidade de implementação de políticas públicas voltadas à expansão da Educação Profissional em Goiás que, de maneira substantiva, deve capacitar, qualificar e habilitar profissionais, eficientes e eficazes, para atuarem nas áreas e ocupações que atendam às demandas do Estado, prioritariamente.

Os cursos de formação inicial e continuada e de qualificação oportunizam a capacitação, aperfeiçoamento, atualização e especialização de profissionais que atuam em empresas e instituições. Os cursos técnicos de nível médio representam, para adolescentes e adultos cursandos ou egressos do ensino médio, a oportunidade de se qualificarem e se habilitarem em uma área profissional, suprindo a carência de pessoal qualificado que a sociedade goiana e brasileira clamam.
O ensino técnico e tecnológico, como partes da educação profissional, deve garantir uma formação adequada às demandas do mundo do trabalho e da sociedade, em constante mudança, o que exige uma interação entre conhecimento e produção que permita ao educando não só o domínio e uso das tecnologias e equipamentos, mas, principalmente, o seu uso e sua adaptação às diferentes situações e atividades.

No Estado de Goiás, o ensino profissional ofertado pelo Estado até 1999 se realizava, majoritariamente, nas habilitações de Magistério e Técnico em Contabilidade, integradas ao ensino médio, não se atentando às vocações regionais latentes de cada município.

A partir de 1999, o Estado de Goiás começou a organizar sua rede de oferta de Educação Profissional, implementando importantes ações, dentre elas, criando a Superintendência de Ensino Profissional e pautando-se pelas novas diretrizes definidas em âmbito nacional e, em 2001, com a Lei Complementar nº 35 estabeleceu-se que “A Rede Estadual de Educação Profissional é formada pelos Centros de Educação Profissional – CEP, Centros de profissionalização e Capacitação – CPC e Unidades Descentralizadas de Educação Profissional – UDEP…”.

Com o apoio do Programa de Expansão da Educação Profissional do Governo Federal/MEC/FNDE, a rede pública estadual ampliou-se em 2008, pois cinco novas obras foram concluídas instalando novos Centros Estaduais de Educação Profissional, passando a operar com 13 unidades, localizadas nos municípios de Goiânia, Anápolis, cidade de Goiás, Piranhas, Ceres, Uruana, Goiatuba, Goianésia, Porangatu, Caiapônia e Catalão. Com o advento da Reforma Administrativa do Estado de Goiás (Lei nº 16.272 de 30 de maio de 2008) essa rede passou a ser jurisdicionada à Secretaria de Ciência e Tecnologia (Sectec), criando-se a Superintendência de Educação Superior e Profissional (Suesp), agregando outras estruturas de educação profissional que ficavam em outras secretarias do Estado, além de aproximar os diferentes níveis de Educação Profissional, Técnico e Tecnológico, entre si, e do Ensino Superior, que já estava a cargo da Sectec. Com a finalização, em um futuro bem próximo, das obras dos Centros de Tecnologia (Centecs) e dos Centros Vocacionais Tecnológicos(CVTs), um parque de excelência, disposto estrategicamente no Estado na área da Educação Profissional, tende a se consolidar.

A definição de um modelo de gestão para essa rede propondo e buscando envolvimento de vários segmentos do poder público e da sociedade civil organizada tem contribuído para a viabilidade dessa expansão.

Neste sentido é que algumas parcerias se encontram em desenvolvimento, a exemplo do curso técnico na área de turismo – Hotelaria em Rio Quente numa parceria com a Prefeitura Municipal de Rio Quente e a Pousada de Rio Quente e do curso técnico em Zootecnia em Piracanjuba numa parceria com a Prefeitura Municipal, Cooperativa Agropecuária Mista de Piracanjuba e Sindicato de Produtores Rurais de Piracanjuba. A aprovação do projeto de Goiás junto ao MEC dentro do Programa “Escola Técnica Aberta do Brasil” viabilizará a oferta, em 2009, de 7 cursos técnicos de nível médio na modalidade a distância – EAD em 16 pólos distribuídos na região metropolitana de Goiânia e pelo interior do Estado em Serviços Turísticos; em Automação de Escritórios e Congêneres; em Serviços Educacionais; em Logística Empresarial; em Secretariado Executivo; em Contabilidade; e em Administração. A Suesp também está desenvolvendo a capacitação de pessoal dentro do Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação de Jovens e Adultos – Proeja, nos níveis fundamental e médio, em diversas áreas profissionais, abrangendo diversos municípios no Estado.

Em termos de atendimentos, a Rede de Educação Profissional Pública em Goiás vem ampliando e consolidando sua atuação. Das quase 400 pessoas atendidas em Formação Inicial e Continuada e em Cursos Técnicos de nível médio em 2000, os anos de 2007 e 2008 já registram mais de 51.000 atendimentos. Em 2009, com a implantação do Ensino Técnico na Modalidade a Distância, obter-se-á o incremento de cerca de 6 mil novas matrículas no Estado de Goiás. Dentro do Programa Brasil Profissionalizado do Governo Federal, há a possibilidade de ampliação da oferta da Educação Profissional em mais 9.000 matrículas só em cursos técnicos, sejam nas formas integradas ao Ensino Médio e à Educação de Jovens e Adultos (Proeja), além dos concomitantes e subseqüentes dos Centros de Educação Profissional, numa abrangência estratégica no Estado.

Superintendente de Educação Superior e Profissional/Sectec, ex-pró-reitora de Administração de Finanças da UFG, e ex-coordenadora de acompanhamento das Instituições Federais de Ensino Superior e Hospitais Universitários do MEC.

Fonte: Diário da Manhã Online

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