Assim como ocorreu com a prospecção de gás e petróleo, em andamento no seu território, a perspectiva de o Estado contar com mais essa alternativa econômica também é de iniciativa do senador Tião Viana (PT-AC), vice-presidente do Senado Federal. Para isso, ele se reuniu recentemente com o secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral, do Ministério de Minas e Energia, Claudio Scliar, para tratar da elaboração do mapa geológico dos recursos minerais do Acre.
Durante mais de uma hora, o senador e sua equipe de gabinete estiveram reunidos com Claudio Scliar e o secretário-adjunto Carlos Nogueira da Costa Júnior para discutirem as ações que devem ser adotadas pela Secretaria de Geologia, à qual estão subordinados o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) – órgão regulador do setor mineral – e a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) – responsável pelas pesquisas – para que seja elaborado um levantamento das reais potencialidades minerais do Acre.
Ficou decidido na reunião que o primeiro passo para a elaboração dos estudos geológicos será os contatos que a Secretaria do Ministério das Minas e Energia fará com o governo do estado para que sejam identificadas as áreas de interesse estratégico em favor do desenvolvimento sustentável do estado a partir de possíveis descobertas de minerais que podem vir a ser explorados na região.
O senador Tião Viana lembrou da necessidade de que as possíveis explorações minerais serem acompanhadas de todos os requisitos legais de responsabilidade ambiental para com a sustentabilidade ambiental do estado, pois a preocupação do governo local sempre foi a de desenvolver atividades econômicas de forma sustentável, com o mais absoluto respeito às leias ambientais do país.
Segundo o Ministério das Minas e Energia, quase nada se conhece hoje sobre as potencialidades minerais do Acre. O histórico do setor aponta que a geologia da Amazônia, em especial a do Estado do Acre, a despeito dos grandes esforços empreendidos em investigações de seus recursos naturais nas três últimas décadas, ainda é bastante deficiente. Esse fato é curioso porque desde o final do século 19, etnólogos e naturalistas adentraram em áreas a norte e a sul do rio Amazonas, percorrendo seus principais afluentes.
Os trabalhos do Serviço Geológico na região tiveram prosseguimento posteriormente, com atuações de outras instituições, como o DNPM e a Petrobras, que já explora gás e petróleo na região de Urucu, no Amazonas. O grande marco na evolução de conhecimentos geológicos ocorreu na Amazônia na década de 70, com os trabalhos realizados pela CPRM por meio de mapeamentos geológicos e com o Projeto Radam (Radargrametria da Amazônia). A criação do curso de Geologia na Universidade do Pará em 1963 promoveu o desenvolvimento de pesquisas na Amazônia Oriental, predominantemente no litoral. Em seguida, com a regulamentação do curso de Geologia na Universidade Federal do Amazonas, a pesquisa se deslocou para dentro do Continente, mas são raros, até hoje, os trabalhos geológicos envolvendo o Estado do Acre.
Fonte: Página 20