Rochas ornamentais registra queda de 6% no setor e não descarta demissões

Notícias Gerais

qui, 20/03/2008 – 13:19

O presidente do Centro das Indústrias e Exportação de Rochas Ornamentais, Adilson Vieira, disse que o índice é reflexo ds impactos nas empresas exportadoras do segmento, que vão desde a inadimplência à forte redução nas vendas. Segundo ele, a tendência é que esse índice negativo se mantenha no primeiro semestre e espera uma retomada apenas a partir de agosto. No ano passado, segundo Vieira, o setor de rochas ornamentais cresceu 5%.

Adilson Vieira disse que demissões no setor são inevitáveis, mas os empresários vão se empenhar ao máximo em segurar seus funcionários. O motivo é a dificuldade de recontratar mão-de-obra qualificada caso o setor apresente recuperação.

Somente em negócios fechados com empresas norte-americanas, a inadimplência já passa de 40%. “Estamos caminhando para 150 e até 180 dias para receber as mercadorias embarcadas. A partir do segundo mês de inadimplência é que se começa a cobrança e esse processo demora de dois a três meses para ser liquidado com a empresa exportadora. E as empresas que vendem sempre perdem porque ela tem que financiar os seus pagamentos no Brasil apesar de não ter recebidos por suas vendas”.

O outro prejuízo, que provoca redução dos negócios no setor, segundo o presidente do CentroRochas, é causado pela desvalorização do dólar. “Você acaba recebendo menos em Real considerada a data que você deixa passado quatro a cinco seis meses quando o dólar está num valro diferente da data em que estava cotado quando houve a compra”.

O grande volume de vendas são de chapas de granito polido. São marmorarias dos Estados Unidos, que compram rochas do Espírito Santo. A exemplo do que acontece com as empresas de construção, que compram mármore e não pagam por conta das crises no setor imobiliário dos EUA e do “subprime”.

Para tentar minimizar os prejuízos do setor, o presidente revelou que é preciso tentar manter os negócios com empresas norte-americanas e organizar produtos para que sejam vendidos no mercado interno. A Europa também pode ser alternativa. “Na verdade o Brasil já é exportador para Europa. As nossas rochas iam para Itália e de lá para o mundo inteiro. Para retomar o mercado Europeu, é preciso readequar os produtos, que são diferentes dos destinados ao mercado norte-amercicano”.

O chamado “Subprime”

“Subprime”, empréstimo hipotecário de segunda linha, com menos garantias e, portanto, de alto risco, foi escolhida a palavra de 2007 nos EUA. Considerado a parte débil do setor imobiliário americano, os subprimes provocaram quedas nas bolsas em todo o mundo no ano passado.

Beth Guerra

FonteGazeta Online

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