Cooperativa reúne pequenos mineradores

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Iramir Barreto, que acredita no potencial do setor no Estado desde que a produção seja ampliada e beneficiada no local.  “Em 12 meses, já formamos duas cooperativas e outras três estão em processo de conclusão na região do Seridó, que reúne garimpeiros de pelo menos 17 municípios. Esses trabalhadores têm uma renda média de R$ 400,00 a R$ 500,00 por mês e a nossa meta até o próximo ano é dobrar essa renda média deles em cinco municípios pelo Programa de Mineração”, revela Barreto, acrescentando que paralelamente o trabalho será de legalização das áreas e da ocupação.

No município de Várzea é muito grande a exploração pelos garimpeiros e serralheiros do minério quartzito, que existe há 15 anos de forma artesanal. O quartzito, que é explorado em Várzea por catorze serrarias, envolve cerca de 600 pessoas. O presidente do CDRM, Iramir Barreto, reclamou da falta de estatísticas do setor. “Os gestores estaduais dos minérios vêm lutando há muito tempo para que os números concentrados no DNPM sejam socializados com as companhias dos Estado. Ainda não temos a real dimensão da produção e faturamento dos minérios na Paraíba, daí a importância não apenas de um estudo mais aprofundado, mas também de maior transparência dos dados mais precisos”, revelou. O DNPM é o órgão federal que controla as licenças e produção de minério no Estado.

A reportagem do JORNAL DA PARAÍBA entrou em contato por diversas vezes com a direção do DNPM no Estado para saber dados atualizados do setor na Paraíba, mas o órgão não atendeu as informações solicitadas.

O gestor do Sebrae Paraíba na APL de Minérios, Marcos Magalhães, detalhou que a cooperativa de Várzea já formada produz atualmente cerca de 32 mil metros do minério somente de quartzito. Para se ter uma ideia, cada metro quadrado de quartzito custa no mercado de R$ 12,00 a R$ 14,00, o que pode chegar a mais de R$ 400 mil de faturamento para os pequenos mineradores.

“Com a organização dos garimpeiros, melhoria da qualidade de vida, e aumento o valor agregado aos minérios com beneficiamento poderá aumentar muito mais o faturamento. Contudo, o primeiro passo é organizá-los em cooperativas para fortalecê-los com a legalização e posteriormente ampliar o valor agregado dos produtos com beneficiamento (pequenas indústrias) nos municípios e aumentar a produtividade com novos instrumentos que serão adquiridos”, avalia o gestor do projeto de APL em mineral pelo Sebrae, Marcos Magalhães.

Segundo Marcos, a ideia do projeto é buscar desenvolver atitudes e habilidades empreendedoras como a gestão cooperativa do mineralnegócio, o conhecimento de empreender e de administrar um projeto coletivo associada a encarar os riscos da mineração, desenvolver processos inovadores de lavra e beneficiamento, gerando trabalho, riqueza ao agregar valor.

Ele citou as cooperativas de Junco do Seridó (caulim e quartzito), de Pedra Lavrada (feldspato e calcário), e em Nova Palmeira e Frei Martinho com a mica, minério preferido da indústria para a confecção de capacitores e aplicações de rádio frequência, como as mais organizadas no momentos do Estado.

“Precisamos estimular e instruir também os jovens destas cidades para esta vocação econômica local. Como os minérios estão localizados no semiárido, onde são mais restritas as oportunidades de negócios, envolver os jovens como forma de evitar esvaziamento destes municípios e gerar desenvolvimento local por meio do empreendedorismo é fundamental”, diz Magalhães, que destaca no projeto a parceria do Sebrae nos convênios com o Ministério de Minas e Energia, Sudema, DNPM, UFCG, Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e o Instituto Nacional do Semiárido (Insa) e o CDRM e a Secretaria de Desenvovimento, Indústria e Turismo do Estado.

O secretário de Planejamento e Gestão do Estado, Osman Cartaxo, afirmou que as entidades que trabalham com o APL precisam identificar fontes que viabilizem a ajuda ao pequeno minerador principalmente nas regiões do Cariri, Curimataú e Seridó, regiões que possuem potencialidade mineral mais densa de exploração. “Infelizmente, a linha do BNDES para a APL não inclui a mineração. Precisamos, por encontrar outra alternativa para viabilizar os pequenos mineradores para fazer o beneficiamento”, disse o secretário.

Fonte: Agência Sebrae de Notícias

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