Mapeamentos geológicos atraem investimentos

Notícias Gerais

seg, 04/02/2008 – 12:54

Foram os investimentos em projetos de infra-estrutura geológica de aproximadamente R$24,5 milhões – partilhados entre a Sicme e o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) – em um período de cinco anos, que transformou o subsolo mato-grossense em objeto de grandes investimentos privados.

Atualmente sete empresas executam projetos de exploração mineral que somam mais de US$1,2 bilhões, inseridos na economia do estado até 2015. Entre os principais grupos investidores estão a Yamana, Mineração Caraíba, Anglo American do Brasil e Grupo Votorantin.

Os projetos de geologia e recursos minerais foram iniciados em 2003, quando foi firmada uma parceria entre o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme) e o Governo Federal, em parceria com o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) para Elaboração do Mapa Geológico e Recursos Minerais do Estado de Mato Grosso, na escala 1:1.000.000.

A partir desse convênio foram firmadas outras parcerias que resultaram na elaboração do Sistema de Informação Geoambiental de Cuiabá, Várzea Grande e Entorno (SIG); Mapeamento Geológico de Três Folhas (Aripuanã, Tapaiúna e Juína), denominado Projeto Noroeste de Mato Grosso; Levantamento Aerogeofísico do Estado de Mato Grosso; Projeto de Geologia e Metalogenia da Província Aurífera Juruena/Teles Pires e no Projeto Rochas Calcárias e Fosfatadas para Insumos Agrícolas do Estado de Mato Grosso.

Os convênios assinados entre a Sicme e CPRM foram de R$ 24,5 milhões para elaboração desses projetos, sendo R$ 9,74 milhões do Governo do Estado por meio da Sicme e R$ 14,76 milhões por parte da CPRM.

As informações dos mapeamentos geológicos são consideradas estratégicas pelos governos Estadual e Federal, e abrangem atividades de campo em escalas diversas- regional, semi-detalhe e detalhe- envolvendo equipes multidisciplinares, formadas por geólogos, geofísicos, geoquímicos e outros profissionais.

A indústria mineral contribui para o fortalecimento da economia em especial para geração de emprego e renda. O efeito multiplicador em conhecimentos em levantamentos geológicos é significativamente maior na lavra e em industrialização dos recursos minerais. Para cada emprego na mineração, são gerados 13 empregos no Brasil, quatro anteriores e nove posteriores na indústria de transformação.

MAPA GEOLÓGICO E DE RECURSOS MINERAIS

Depois de quase vinte anos de espera, uma antiga reivindicação regional foi atendida. A publicação do Mapa Geológico e de Recursos Minerais, na escala 1:1.000.000, marcou a história do setor mineral mato-grossense, se tornando desde 2004 um valioso acervo utilizado por empresários, pesquisadores, profissionais do setor mineral e pela sociedade em geral.

O trabalho constou da compilação e integração das informações geológicas, geoquímicas, geofísicas, geotectônicas e de recursos minerais disponíveis, complementadas com interpretação de imagens de satélite, geração de modelo digital de terreno, verificação de campo e organização de banco de dados e de texto explicativo, em formato PDF e volume de texto impresso, estruturados em um moderno Sistema de Informações Geográficas (SIG).

Para o secretário de Indústria, Comércio, Minas e Energia, Alexandre Furlan, esse trabalho proporcionou ao setor mineral entrar numa nova fase. “Ficou para trás o tempo da garimpagem sem nenhuma estrutura, que gerava degradação do meio ambiente. Com a publicação desse acervo será possível atrair investimentos, com alta tecnologia, agregando valor, produzindo empregos e gerando o desenvolvimento econômico sempre respeitando a questão ambiental”, destacou o secretário na cerimônia de lançamento do Mapa Geológico.

O governador Blairo Maggi disse também, que além de ajudar na atração de investimentos, o mapa possibilita ainda a revitalização da economia de muitos municípios garimpeiros que há algumas décadas experimentaram surtos de desenvolvimento com a extração do ouro e diamante mais fácil de extrair. “Esse mapa dá indicação de que ainda nestes lugares, através de técnicas mais avançadas, o ouro, diamante e outros minerais ainda podem ser explorados”.

INSTALAÇÃO DE NOVAS INDÚSTRIAS E POTENCIAL MINERAL

Pelo menos 13% do território mato-grossense foi requerido por empresas nacionais e multinacionais para pesquisa mineral. Atualmente sete grandes projetos estão implantados ou em fase de implantação no estado. Ao todo cerca de 6,7 mil empregos diretos e indiretos devem ser gerados, nos municípios de Chapada dos Guimarães, Rio Branco,Comodoro, Aripuanã, Juína, Vila Bela Santíssima Trindade e Nova Xavantina.

Segundo o superintendente de minas da Sicme, Joaquim Moreno, a melhor resposta das empresas em relação a todos os resultados de levantamento mineral feitos no Estado, pode ser medida na quantidade de hectares requeridos pra exploração no estado. No período de 2004 a 2007 mais de 11.450 milhões de hectares foram requeridos, número quase três vezes maior que a quantidade requerida até o ano de 2003, ou seja, 4,5 milhões de hectares, época em que não havia dados de mapeamento geológico disponibilizados pelo Estado.

Fonte: Jornal O Documento

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