dom, 30/12/2007 – 10:52
Depois de um 2007 de preços valorizados no mercado, a mineração potiguar enxerga 2008 com perspectivas de ampliar exportações, através de melhorias em infra-estrutura. O principal projeto nesse sentido é a construção de um terminal graneleiro em Porto do Mangue, que permitiria ao estado ser o primeiro do país a produzir e exportar minério de ferro pelo próprio território, ao invés de recorrer a portos além de suas fronteiras para fazer o escoamento do produto.
O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Marcelo Rosado, explica que outros itens, como calcário, também poderiam ser embarcados através do terminal, cujo projeto executivo deve ser contratado no início do primeiro semestre de 2008, provavelmente com recursos da iniciativa privada. Uma das principais interessadas no canal de escoamento, diz ele, seria a Mhag, mineradora que atua no município potiguar de Jucurutu, com reservas próprias de minério e logística disponível para embarque de sua produção.
Gigantes como a Votorantim, que vai instalar uma fábrica de cimento entre Mossoró e Baraúnas, também teriam demonstrado interesse. “Com o terminal, só a atividade de minério de ferro, por exemplo, que hoje exporta 50 mil toneladas/mês do produto, passaria à marca de 600 mil toneladas/mês. Além disso, poderíamos atrair outras empresas para o estado, em função do ganho de logística”, avalia o secretário.
E diz que as perspectivas do setor são de aumentar as exportações. Apenas o ferro, o granito e o tungstênio explorados no RN somaram juntos US$ 20,2 milhões em vendas ao exterior até novembro. A expectativa, puxada pelo crescimento das exportações do tungstênio e mantida a do minério de ferro, é de que haja um aumento de 50% destes valores em 2008, de acordo com estimativas da Secretaria. “O preço alto do minério no mercado internacional fez de 2007 um bom ano para o setor”, acrescenta ainda Marcelo Rosado.
Exemplo da valorização foi experimentado por um dos ícones do setor mineral potiguar, a Metais do Seridó S.A. (Metasa), que retomou no segundo semestre as atividades de sua fábrica de ferro tungstênio, com uma produção mensal estimada em 10 toneladas e capacidade para, ainda este ano, triplicar o volume. A decisão de reabrir a unidade foi tomada pelo mesmo motivo que a levou a fechar, sete anos atrás: mercado. Na época, a tonelada de ferro tungstênio era cotada no mercado internacional a US$ 10. Em agosto deste ano essa mesma tonelada valia US$ 35.
Fonte: Diário de Natal