Entrevista: Fernando Antonio Freitas Lins

Entrevistas

Pequenas  e  médias  empresas de mineração estão, cada vez mais, atuando de forma  consistente  junto  ao  Centro  de  Tecnologia Mineral (CETEM). Esse trabalho em conjunto supre as demandas governamentais, que por sua vez visa o   crescimento   dos  APLs  no  Brasil.  Os  projetos  que  possuem  novas alternativas  tecnológicas para produção de rochas ornamentais e que buscam principalmente   a   minimização   do  impacto  negativo  e  o  aumento  da produtividade estão ganhando ainda mais destaque.

Um dos incentivadores desse trabalho é o diretor do CETEM, Fernando Antonio Freitas   Lins,  Graduado  em  engenharia  metalúrgica  e  industrial  pela  Pontifícia  Universidade  Católica  do  Rio  de Janeiro (1975), Lins também possui  mestrado  e  doutorado  no  Programa de Engenharia Metalúrgica e de Materiais da COPPE/UFRJ.

A  seguir,  Lins  fala  do compromisso que o Centro possui com o mercado de mineração.

RedeAPLmineral – O  mercado  de  mineração  no  Brasil  segue  com  grandes expectativas.   Segundo  levantamento  do  Ibram,  atividade  mineral  será responsável  pelo maior investimento do setor privado no País no período de 2011  a  2015,  com  aportes  de  US$  68,5 bilhões. Como o sr. avalia esse cenário?

Fernando  –  O  cenário  continua sendo bastante favorável para a atividade mineral.  As  últimas  estimativas do IBRAM de investimentos para o período 2012-2016  somam  US$  75 bilhões. Mas, tem havido um clima de incerteza em função  do  Marco  Regulatório  da  mineração  no  Brasil  que  está  sendo elaborado.

RedeAPLmineral –  Existe disparidade entre empresas de médio e pequeno porte (na  área de APLs) no mercado de mineração? Quais são as maiores diferenças percebidas pelo Cetem?

Fernando  –  As maiores diferenças estão entre as micro e pequenas empresas em  relação  às  empresas de médio porte. No âmbito dos APLs é interessante que  as  micros  e pequenas se organizem no sistema de cooperativismo, e as médias   por   sindicados   ou   associações.   Assim,  haverá   um  melhor relacionamento entre todos os atores que compõem o APL. 

RedeAPLmineral – Como o CETEM auxilia as empresas no suprimento das demandas governamentais?

Fernando  –  O  CETEM  participa  através  de  projetos  encomendados  pelo CT-Mineral   ou   participa   de  editais,  no  que  tange  a  inserção  do desenvolvimento   de   novas  práticas  tecnológicas  adequadas  para  cada variedade de cadeia produtiva.

RedeAPLmineral –  Qual  a  expectativa do governo em relação ao trabalho das empresas  que  fazem  parte do quadro de Arranjos Produtivos Locais de Base Mineral?

Fernando  –  A  expectativa do governo está numa política de apoio aos APLs que  explore o potencial de desenvolvimento existente na localidade onde se aglomeram empreendedores especializados setorialmente, serviços de pesquisa tecnológica, instituições de formação de recursos humanos etc. E fortalecer competitivamente  a  aglomeração  existente, de forma que as ações públicas venham  a  somar-se  aos  esforços  dos  representantes dos atores locais , incentivando a aprendizagem  coletiva no arranjo com a criação de grupos de melhoria conjunto (GMC ) entre seus componentes.

RedeAPLmineral – Em 2013 o Cetem comemora 35 anos de história. Um dos lemas do Centro é incrementar ações de inovação tecnológica em áreas de interesse nacional. Na área de APLs como está esse trabalho?

Fernando  – As ações de inovação tecnológica na área de APLs estão bastante satisfatórias,  e podemos destacar o APL de Rochas Ornamentais no Estado do Espírito  Santo  ,  talvez  o  maior  APL  Mineral  no Brasil, onde o CETEM desenvolveu  trabalhos  de  tecnologias  avançadas em processo de patente e construiu  um  Núcleo  Regional  em  Cachoeiro de Itapemirim-ES, com ênfase nesse setor. O Núcleo deve ser inuagurado nos próximos meses.

RedeAPLmineral – Qual  a  expectativa  para  o  futuro da cadeia produtiva do setor mineral organizado em APLs de base mineral?

Fernando  –  A  expectativa está relacionada principalmente à governança, à busca  de  novos  mercados  bem  como  a  formalização em todos aspectos da mineração.  E  também  que  o  desenvolvimento  tecnológico  e inovação e a organização  em  APLs  dos  micros  e  pequenos  empresários possibilitem a competitividade  e  sustentabilidade.  Há  necessidade  também  de recursos orçamentários  adequados  e  regulares para apoiar o desenvolvimento dessas organizações.

Por Victor Almeida – Jornalista da RedeAPLmineral

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