A Vale, maior produtora de minério de ferro do globo, não terá apenas a concorrência da CSN e MMX, que se preparam para disputar o segundo lugar em produção no país. Novas mineradoras estão dispostas a assumir fatias dos US$ 68,5 bilhões em investimentos mapeados pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) até 2015, sendo R$ 45 bilhões para elevar a produção de minério de ferro de 372 milhões de toneladas (2010) para 771,5 milhões de toneladas. “Estamos registrando aumento na base produtores no setor mineral brasileiro”, diz o presidente do Ibram, Paulo Camillo Penna.
Entre as novatas de Brasil há gigantes. A anglo-canadense Rio Tinto Alcan é a principal, mas a maioria delas é pouco conhecida. Caso da canadense Águia Mineração, a cazaque Bamin, a chinesa Miag e a chino-brasileira Sul Americana de Metais. Empresas que estão mudando a geografia dos investimentos do setor e colocando no mapa mineral municípios como Craíbas, no Alagoas. É lá que a Vale Verde, subsidiária da canadense Aura Minerals, inicia no próximo ano um aporte de US$ 125 milhões para desenvolver uma reserva com 150 milhões de toneladas de ferro. “Investimentos minerais no Nordeste podem cumprir um importante papel de desconcentração da geração de emprego e renda”, diz Germano Mendes De Paula, professor do Instituto de Economia da Universidade Federal de Uberlândia.
O interesse no Nordeste é crescente. O grupo indiano Pramod Agarwal, anunciou em outubro um investimento de US$ 440 milhões em um projeto da Susa Mineração no Rio Grande do Norte. Na semana passada, a canadense Rio Verde Minerals confirmou R$ 3,5 bilhões para explorar uma reserva de potássio estimada em 300 milhões de toneladas em Sergipe.
As siderúrgicas também estão investindo em mineração, buscando garantir uma base própria de matéria-prima para reduzir seus custos. A Usiminas tem projeto de R$ 4 bilhões para produzir 29 milhões de toneladas de ferro em 2015. A Gerdau desenha projeto para explorar reserva com cerca 2,9 bilhões de toneladas. A ArcelorMittal promete vender excedente de produção na Mina do Andrade, após suspender duplicação de siderurgia em João Monlevade (MG). “Essas empresas tinham as reservas como hedge, mas começam a ver o minério como um bom negócio”, observa Penna, em referência ao salto no preço do ferro, que passou de cerca de US$ 15, em 2001, para algo próximo a US$ 140 por tonelada hoje.
Fonte: Valor Econômico