A Pedreira Jaguary investiu R$ 8 milhões nos últimos 18 meses na compra de três linhas de britagem completa para atender a demanda que “não para de crescer”.
A empresa, que exibe uma carteira de clientes que vai da Votorantim à Panasonic, passando pelas empreiteiras de rodovias, assiste desde 2009 a um crescimento de 50% a 60% por ano no volume de pedidos. Instalada em Bragança Paulista (SP), com uma produção de 45 mil toneladas por mês e previsões para entrar 2012 com acréscimo de pelo menos 30%, a companhia é um retrato do crescimento do negócio de agregados para a construção civil. “Entre 2012 e 2016, o Brasil vai explodir em obras com a Copa 2014 e a Olímpiada de 2016”, estima Nelson Florentino Silva, diretor comercial da Jaguary.
Pesquisa feita pela Associação Nacional das Entidades de Produtores de Agregados para a Construção Civil (Anepac) mostra que o segmento – composto basicamente por areia e brita – deverá crescer 56% entre 2007 e 2016. “Em 2011 o crescimento será de 4%, atingindo uma produção de 656 milhões de toneladas, sendo 385 milhões de toneladas de areia e 271 milhões de toneladas de brita”, diz Fernando Mendes Valverde, presidente-executivo da Anepac. O faturamento atingirá R$ 16,3 bilhões, alta de 1,8%. “Há fortes investimentos em habitação e infraestrutura e perspectivas de crescimento sustentável”, diz.
Valverde relata que em 2011 foi investido cerca de R$ 1 bilhão e para o próximo ano os desembolsos estão estimados R$ 1,126 bilhão. Até 2015 deverão somar R$ 5,2 bilhões. Esse montante será distribuído na expansão da capacidade instalada, substituição de equipamentos, investimentos em novas plantas, infraestrutura e tecnologia e meio ambiente.
O economista Humberto Almeida de la Serna, da regional paulista do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), estima que o crescimento dos negócios deverá se manter nos próximos anos em virtude das obras públicas e eventos esportivos.
“Em 2012, por exemplo, há uma grande quantidade de obras públicas já contratadas. Os investimentos feitos na área de construção civil levam até 36 meses para serem concluídos e ocorreram fortes vendas de unidades imobiliárias entre 2010 e 2011 que estarão em construção no próximo ano”, frisa. Florentino Silva, da Jaguary, reforça que haverá uma forte demanda por parte das empreiteiras de rodovias.
Dados da Anepac apontam que o consumo anual per capita do brasileiro de agregados para construção civil ainda está muito distante de países europeus e dos Estados Unidos. Para se ter uma ideia, enquanto o consumo no Brasil está ao redor de 3,3 toneladas por habitante, os americanos e europeus já registram entre oito e dez toneladas por habitante por ano. Isso significa que o setor ainda tem muito a crescer.
Fonte: Valor Econômico