Brasil caça minério nas profundezas do Atlântico

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Com o objetivo de mapear esse tesouro escondido sob toneladas de rochas, o CPRM acaba de realizar a segunda de uma série de seis expedições em alto-mar. Todas custeadas com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que alocou R$47 milhões este ano para programas de exploração marinha, incluindo o da Elevação do Rio Grande, como é chamada a cordilheira.

Por sua distância – para se ter uma ideia, os blocos do pré-sal estão a 300 quilômetros da costa – e pelo pouco conhecimento que se tem da cordilheira, a Elevação do Rio Grande é tida como uma nova fronteira exploratória de minérios valiosos. Nela foi identificada a presença de níquel, platina, cobalto e até das chamadas terras raras, um conjunto de minerais muito usados nas indústrias de telecomunicações e eletrônicos.

A cordilheira está localizada em águas internacionais, uma área que é considerada patrimônio da Humanidade e que está sob jurisdição das Nações Unidas. Na fase atual de exploração, quando a finalidade ainda não é comercial, qualquer país tem liberdade para ancorar seus navios na região e realizar pesquisas sem comunicação prévia. Depois de mapeadas as riquezas, é preciso pedir permissão à Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos, ligada à ONU. Uma vez concedido o pedido, apenas o país que obteve a concessão da área pode atuar nela.

O Brasil corre contra o tempo para assegurar seu direito de exploração sobre a Elevação do Rio Grande. A ideia é fazer a requisição em 2012. Atualmente, estão em análise da ONU pedidos de França, Alemanha, Japão, China, Coreia do Sul, Rússia e Índia, além de um consórcio formado por países do Leste da Europa e Cuba.

– É uma questão político-estratégica e econômica. Estamos garantindo que o Brasil tenha recursos estratégicos no futuro – disse Kaiser Gonçalves de Souza, chefe da divisão de geologia marinha do CPRM. 

O Globo

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