Revista inglesa publica reportagem sobre o bom momento da ciência no Brasil

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De acordo com a revista, o país, do ponto de vista científico, não é mais um “competidor malsucedido”, uma vez que produz atualmente 1 milhão de graduados e 10 mil doutores a cada ano, dez vezes mais do que há duas décadas.

“Entre 2002 e 2008, a participação brasileira nos artigos científicos no mundo subiu de 1,7% para 2,7%. O país é um líder na pesquisa em medicina tropical, em bioenergia e em biologia de plantas. Investe 1% de seu crescente produto interno bruto em pesquisa, o que é a metade dos países mais ricos, mas quase o dobro da média do restante da América Latina. Os cientistas brasileiros estão colaborando cada vez mais com o exterior: 30% dos artigos científicos atuais de brasileiros têm um coautor estrangeiro”, disse.

Segundo a The Economist, tornar-se parte do esforço científico global representa mais do que orgulho nacional para o Brasil, uma vez que, ao fazer sua própria ciência, os países em desenvolvimento garantem que não são apenas os problemas dos países mais ricos que serão resolvidos.

“São Paulo, o Estado brasileiro mais rico, está liderando o esforço. [O Estado] tem as melhores universidades do país, incluindo as duas únicas [USP e Unicamp] que integram os top 300 dos dois mais conhecidos rankings globais. Sua Constituição garante à fundação de amparo à pesquisa estadual, conhecida como FAPESP, 1% do total da receita tributária do Estado”, destacou.

A revista inglesa aponta que esse orçamento permite ao Estado de São Paulo oferecer apoio financeiro e condições para pesquisa atraentes a cientistas de outros países. Atração essencial para o país, que precisa de mais pesquisadores.

“Temos dinheiro e muitas ideias. Mas precisamos de mais grupos de pesquisa e de mais pessoas que possam liderá-los”, disse à reportagem Glaucia Mendes Souza, professora do Instituto de Química da USP e membro da coordenação do Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN).

A Economist ressalta que essa busca por pesquisadores estrangeiros chega em boa hora, uma vez que os financiamentos para pesquisa estão encolhendo tanto na Europa como na América do Norte. Mas, apesar de pagar bem para jovens cientistas, o mesmo não ocorre para pesquisadores no topo da carreira, ressalva.

“Ainda assim, a FAPESP está tentando. Anunciou na Nature a oferta de bolsas de dois anos em algumas universidades de São Paulo e, apesar de a maior parte das respostas ter vindo de cientistas no início de suas carreiras, são principalmente os mais experientes que estão sendo convidados para entrevistas. A FAPESP espera que, durante esses dois anos, eles aprendam português e que alguns queiram ficar [no Brasil]”, disse.

Segundo a revista, talvez o principal atrativo que o Brasil possa oferecer aos cientistas é muito espaço para crescer. “Você pode ter seu próprio laboratório por aqui. Pode começar uma área completamente nova em pesquisa. Aqui, você é um pioneiro”, disse Anete Pereira de Souza, professora do Departamento de Biologia Vegetal da Unicamp, à Economist.

O texto integral, Go south, young scientist, pode ser lido em www.economist.com/node/17851421

A reportagem da Economist foi destacada por diversos veículos noticiosos, como a BBC e a Folha de S.Paulo.

Agência Fapesp

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