Empresários de Sorocaba querem Arranjo Produtivo Local

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A ideia começou a tomar corpo em encontro que reuniu 40 pessoas, entre empresários e representantes de entidades, realizado na última semana, na sede do Ciesp. A reunião teve a presença do coordenador de Desenvolvimento Regional e Territorial da Secretaria de Desenvolvimento do Governo do Estado de São Paulo, José Luiz Ricca. Ele falou da importância do APL na cadeia produtiva local e os requisitos necessários para iniciá-lo, além de esclarecer dúvidas.

Ao final do encontro, o primeiro vice-diretor do Ciesp Sorocaba, Erly Domingues de Syllos, propôs a criação de um grupo de empresários dispostos a criar o primeiro APL de Sorocaba. Ele comunicou que o órgão entrará em contato com seus associados da área metal-mecânica para verificar quais os interessados em compor o Arranjo, mas deixou claro que empresas não associadas também poderão participar.

Erly sugeriu ramos do setor que podem ser o alvo do APL: máquinas e equipamentos, calderaria, manutenção, usinagem, estamparia, tratamento técnico, forjaria, ferramentaria e prestadores de serviços, entre outras. Temos todas as ferramentas e o Ciesp como elo para fazer isso alavancar, disse. Há ganhos imensos e quem ficar de fora deste grupo vai sentir, completou.

O coordenador do Departamento de Infraestrutura do Ciesp Sorocaba, Luiz Leite, também abordou a questão. Esse processo tem ganho para todo mundo, afirmou. Precisamos aprender como se faz isso numa cidade como Sorocaba, completou, dizendo que é necessário organizar as empresas do mesmo interesse para uma sinergia comum.

A proposta de formação do Arranjo foi elogiada pelo representante do Governo do Estado, José Luiz Ricca, que durante toda sua fala ressaltou os pontos positivos do projeto. Tamanho é o volume de oportunidades, que se (os empresários sorocabanos) errarem na primeira tentativa, acertam na segunda. E eu duvido que errem na primeira. Vocês estão com uma enorme oportunidade na mão, afirmou.
O próprio Ciesp calcula que, na região, cerca de 400 empresas do ramo metal-mecânico reúnem condições de participar de um Arranjo Produtivo Local.

Os APLs

Durante a reunião, Ricca fez uma explanação de 53 minutos sobre o tema Arranjo Produtivo Local. Ele nasce de uma cadeia produtiva, muitas vezes desorganizada, disse. Quando se aglomeram e buscam uma finalidade em comum, as empresas do mesmo ramo localizadas geograficamente perto uma das outras passam a trabalhar como se tivessem uma personalidade própria e característica daquele determinado grupo. As identidades começam a surgir em função do que se produz e do ambiente em que se produz.

Dentre as vantagens do APL estão facilitar o acesso de micro, pequenas e médias empresas a programas de gestão empresarial, mercado, processo, produtos e linhas de financiamento. O Arranjo também incentiva a troca de informações, seja entre as próprias empresas ou com as entidades de classe, governos e instituições de ensino e pesquisa.

Ricca falou bastante sobre a necessidade da mudança de comportamento do empresário disposto a incluir seu negócio num Arranjo Produtivo Local. Responsável pelo suporte que o governo estadual dá aos 24 APLs espalhados pelo Estado, ele afirmou categoricamente que os Arranjos são a tendência deste século e servem para incentivar a criação de novas sociedades e reorganizar as pequenas empresas já existentes. Ou a gente acredita e muda, ou não acredita e morre. É uma opção, cravou.

O coordenador usou sua fala para tentar motivar os empresários a criar o APL do setor metal-mecânico em Sorocaba. Chegou inclusive a classificar o Arranjo Produtivo Local como uma mágica que, acredita, só pode ser feita se o APL for criado e existir enquanto comportamento empresarial. Na prática, afirmou, isso significa transformar a concorrência predatória em concorrência leal.

Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul

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