Longe da Amazônia, mais um exemplo do descaso ambiental. Fábricas de mármore do Espírito Santo estão despejando substâncias tóxicas em rios e terrenos a céu aberto. Problema que pode ser evitado com a reciclagem.
Não há árvore que resista a tanta sujeira. Lagoas de lama aparecem uma atrás da outra no interior do Espírito Santo. A lama que jorra todo dia sai de empresas que trabalham com produtos de alto preço no mercado. Para que as pedras brutas de mármore e granito brilhem é preciso cortá-las. O que sobra é uma lama espessa que em grande quantidade representa perigo para o meio ambiente.
“Essa lama, se for colocada e depositada de qualquer forma, entra em contato com o lençol freático, entra em contato com córregos, entra em contato com os animais e as plantas e evidentemente vai acabar com esse tipo de vida”, explica o professor da UFES João Luiz Calmon.
“As empresas têm ate este ano para apresentar uma área de destino para esse resíduo”, declara o diretor do Instituto Estadual do Meio Ambiente, Aladim Cerqueira.
A sujeira se espalha por todo campo. Por exemplo, é só seguir a tubulação que sai de dentro de uma empresa. É por onde passa a lama jogada em enormes buracos, abertos à beira da rodovia.
Estudos apontam que a lama pode ter outro fim além de virar lixo e risco para o meio ambiente. No sul do Espírito Santo, a sujeira de empresas virou matéria-primeira para a pesquisa de dois engenheiros. Eles encontraram a combinação exata de lama, areia e cimento para fazer tijolos que já são usados na construção de casas. No laboratório da Universidade Federal do Espírito Santo, outra receita já foi testada e aprovada.
A engenheira Alessandra Savazzini concluiu o mestrado. Ela usou lama e tirou da forma pisos para a calçada. É um piso moldado e com pequenos relevos. Quem pesquisa insiste que é precisa haver colaboração.
“É a grande jogada para tratar resíduos, reciclar e transformar em um novo produto que seja comercializável”, afirma a engenheira Alessandra Savazzini.
Fonte: G1