Com o objetivo de fazer a identificação geográfica da opala de Pedro II, o consultor do Sebrae Nacional, Roberto Castelo Branco, visitou essa semana a cidade, que fica localizada a 195 quilômetros ao norte de Teresina, capital do Piauí. Conhecida como a “cidades das opalas”, a região tem uma forte vocação para o turismo e para a produção mineral.
“A identificação geográfica é um processo de certificação de um produto por suas qualidades excepcionais, o que agrega valor à produção, ao local, cria uma identidade e fideliza o consumidor”, explica Roberto Castelo Branco. Segundo o consultor, esse é um processo de apropriação de uma característica intangível, uma propriedade do produto ‘opala’ e da cidade de Pedro II, destacando suas qualidades. “Mas tudo isso vai depender do trabalho realizado pelos empreendedores, pela população e pelas instituições que fomentam o turismo na região, pois é preciso construir à luz da legislação brasileira uma identificação da opala de Pedro II junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial, o INPI”, esclarece Castelo Branco.
A ação é uma iniciativa do Projeto Arranjo Produtivo da Opala (APL), desenvolvido pelo Sebrae no Piauí, em parceria com o Governo do Estado, Prefeituras Municipais de Pedro II e Buriti dos Montes; Ministérios das Minas e Energia, da Ciência e Tecnologia e da Integração; Associação dos Joalheiros e Lapidários de Pedro II (Ajolp) e Cooperativa dos Garimpeiros de Pedro II (Coogp).
A idéia do projeto é dinamizar a cadeia produtiva da opala na região, levando novas tecnologias, novas normas de segurança e capacitação, ações que contribuirão para tornar o produto ainda mais competitivo. O APL da Opala no Piauí está em sua segunda fase, que deve se estender até julho de 2010. Entre as ações previstas ainda para este ano está a instalação do Centro Tecnológico de Artefatos Minerais, Cetam, em Pedro II. No local vai funcionar uma escola de lapidação e joalheria, onde serão treinados trezentos novos profissionais. Também será instalado no espaço um telecentro para que os garimpeiros e suas famílias tenham acesso à Internet.
“Na cadeia produtiva da opala, a identificação geográfica é uma das metas que o projeto se propõe a atingir. Queremos até 2010 transformar Pedro II num pólo de lapidação de jóias no Brasil”, afirma o coordenador do APL da Opala no Piauí, Marcelo Morais. Segundo ele, as ações do projeto têm promovido uma mudança positiva no segmento que envolve mais de quinhentas pessoas entre garimpeiros, joalheiros, lapidários e empresários. “Antes, havia uma produção de sessenta quilos de jóias/ano. Hoje, são duzentos e cinqüenta quilos/ano. Existiam na cidade apenas dez joalherias, atualmente são vinte e seis”, acrescenta Morais.
OPALAS
Pedro II possui a única reserva de opala nobre do país e a segunda maior do mundo. A gema, de singular beleza, só é encontrada no Piauí e em algumas regiões da Austrália. A opala reflete as cores do arco-íris, com um jogo de tons que variam de acordo com o ângulo pelo qual se olha.
A opala de Pedro II está classificada em seis tipos diferentes, levando-se em conta a cor, tamanho e intensidade de opalescência das pedras: nobre, extra, forte, fraca, média e refugo (cascalho).
Da redação, com alterações, e
Com informações da ASN-PI – (Foto: divulgação)
Fonte: Portal Jóia Br