Bancos focam recursos em mineração ante crise de crédito

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Os bancos estão concentrando dinheiro em projetos de mineração de qualidade e em acordos de fusões e aquisições na área em uma estratégia defensiva diante dos impactos da crise de crédito em outros setores, afirmaram representantes de bancos e da indústria nesta quarta-feira.

Depois do colapso do setor de crédito imobiliário de alto risco, os bancos estão buscando outras áreas consideradas como mais seguras e a indústria de mineração tem se enquadrado nesse perfil por conta dos altos preços dos metais e da demanda aquecida e de longo prazo esperada para China e Índia. Isso ocorre mesmo se os Estados Unidos e Europa entrarem em recessão.

“As pessoas fogem da cena do crime primeiro e depois buscam outros lugares onde por dinheiro, porque ainda há muita liquidez encharcando o mercado”, disse Jeff Stufsky, diretor gerente e diretor global de mineração e soluções de dívida do BNP Paribas.

“Estamos vivendo isso nós mesmos, como um banco muito ativo, há um apetite excepcionalmente forte e capacidade disponível para financiamento à mineração.”

Mas os bancos estão olhando apenas para os principais projetos com administração forte e evitando áreas mais arriscadas, afirmaram os participantes do Congresso Mundial de Investimento em Mineração, em Londres.

Projetos fortes estão tornando-se mais raros já que o boom global das commodities criou uma falta de administradores e geólogos experientes. Além disso, alguns projetos enfrentam atrasos por conta de restrições de governos, aumentos de custos e preocupações ambientais.

“Pela primeira vez, eu tenho recebido ligações de bancos perguntando ‘você conhece algum projeto (de mineração) para investir’, algo que até agora eu nunca tinha visto acontecer. Isso mostra que recursos estão disponíveis”, disse Michael Lynch-Bell, sócio da área de mineração e metais da Ernst & Young.

Também há dinheiro disponível para compradores no setor de mineração, que tem sido mais resistente se comparado a outras indústrias.

“Enquanto os acordos de mais de US$ 1 bilhão dominam as manchetes, há um aumento no número de transações de pequenos comprando pequenos, médios comprando pequenos, etc. Houve mais de 900 acordos de fusões e aquisições no setor no ano passado e veremos uma continuação disso este ano”, disse Lynch-Bell.

Mas os recursos para empresas menores estão restritos, especialmente para companhias iniciantes que estão desenvolvendo minas novas.

“Você não pode prover bilhões de dólares para uma empresa pequena onde não houve produção anterior, mas você pode considerar projetos de US$ 700 milhões, pode considerar US$ 300, 400, 500 milhões em dívida”, disse Stufsky.

Fonte: InfoMet

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