Seridó é a maior produtora do RN

Notícias Gerais

sab, 25/08/2007 – 12:00

Em Parelhas já está montado e equipado o Laboratório de Análise Mineral. A unidade tem a finalidade de qualificar os minerais existentes no Seridó Paraibano e Potiguar. No município também está sendo implantada uma unidade de britagem do feldspato, mineral utilizado na indústria cerâmica. O objetivo é juntar e organizar toda a produção do minério através da cooperativa, numa iniciativa da Cooperativa dos Mineradores Potiguares (UNIMINA) e da Cooperativa dos Mineradores de Parelhas, em parceria com uma empresa paulista.

Currais Novos aposta na Mica

No município de Currais Novos está sendo implantado o Núcleo de apoio à Extração Mineral dos Pegmatitos do Seridó. A previsão é que o Núcleo seja instalado no Povoado Cruz. A autorização para a implantação foi publicada no Diário Oficial no último dia 3 de janeiro. O projeto tem 90% dos recursos oriundos Governo Federal, através do Ministério da Integração Nacional, e a contrapartida de 10% do Governo do Estado via FAPERN e Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico.

Também através do APL Pegmatitos do Seridó, está sendo viabilizado o projeto ‘‘Construção da cadeia produtiva da Muscovita’’, o mineral conhecido como Mica, tem como base uma unidade de beneficiamento de Mica em sistema de comodato unindo A UNIMINA e a empresa suíça, Von Rool no município de Currais Novos. A multinacional, que tem unidades em cinco países, incluindo o Brasil, onde está implantada no estado do Ceará, vai dar início nos próximos meses à construção de uma unidade de beneficiamento de mica na BR 427, saída de Currais Novos para Acari.

A área adquirida pela empresa já está licenciada pelos órgãos ambientais competentes. O projeto prevê um investimento privado de R$ 700 mil, que pode chegar até R$ 1,2 milhão em estrutura física, máquinas equipamentos. Neste sistema, a Von Roll entra com a estrutura, e a UNIMINA entra com a mão de obra, para fornecer mica beneficiada na quantidade e qualidade que a multinacional necessita. ‘‘A empresa vai investir os recursos financeiros na unidade, enquanto a UNIMINA vai montar a unidade e capacitar os cooperados (garimpeiros), para a produção, a qual será repassada via cooperativa’’, explica o presidente da UNIMINA Raimundo Bezerra Guimarães.

Atualmente, a UNIMINA está trabalhando na legalização de áreas para extração da mica. Raimundo explica que não existem grandes reservas de mica na região e que elas são muito espalhadas. Ele lembra que, há dois anos, o preço da Mica era inviável, dez centavos o quilo. Hoje o quilo sai por cerca de 35 centavos.

Ele lembra que os garimpos locais não têm condições de fornecer a mica na quantidade de minério que a indústria de transformação necessita e, sem condições de beneficiar o minério, perde-se em qualidade. ‘‘Por isso, é necessário a união dos mineradores para quantificar e qualificar a mão de obra mineradora. Nossa intenção é, através da cooperativa, juntar a produção da região’’, afirma ele.

Com a consolidação do projeto, a Cooperativa dos Mineradores Potiguares (UNIMINA) passará dos seus atuais 54 cooperados para 240 reunindo garimpeiros e mineradores de várias cidades. No Seridó existem atualmente a Associação dos Mineradores de Ouro Branco, Associação dos Mineiros de Parelhas, Cooperativa dos Mineradores de Parelhas (COOMINAS), a Associação dos Pequenos Mineradores de Equador, Associação dos Mineradores de Lajes Pintadas, Cooperativa dos Mineradores de São Tomé, a Cooperativa dos Mineradores de Parelhas (COOMINAS), além da UNIMINA, em Currais Novos.

Atualmente o beneficiamento da mica para a Von Rool é feito em Fortaleza, para onde é vendida praticamente toda a mica extraída no Seridó paraibano e potiguar. Com a implantação da unidade em Currais Novos o quadro será revertido pois a produção das cidades de Lajes Pintadas, São Tomé, Cerro Corá, Currais Novos, São Vicente, Acari, Jardim do Seridó, Santana do Seridó, Campo Redondo, Carnaúba dos Dantas, Parelhas, Equador será beneficiada no Seridó potiguar e, com o pólo cerâmico que está sendo consolidado em Mossoró, a cadeia produtiva ficará amarrada no Rio Grande do Norte.

APL trouxe novas perspectivas

Raimundo Bezerra conta que com a implantação do APL Pegmatitos do Seridó, o cenário do setor mineral começou a mudar passando a ter novas perspectivas. ‘‘A partir de então foi feita a atualização do mapa geológico do RN, foram viabilizados os projetos sediados em Parelhas, Ouro Branco e Currais Novos’’, lembra Machado.

Ele diz que os projetos em andamento na região são resultado de várias reuniões, de discussões que tiveram início a partir de um Seminário realizado em 1999, na cidade de Currais Novos, que reuniu dezenove instituições do setor.

Saiba mais

O setor mineral foi um dos mais pujantes da economia potiguar no passado. Seu carro-chefe era a scheelita, que começou a ser produzida na década de 40, decaindo por volta de 1997. A entrada da China no mercado, com uma política agressiva de preços baixos, fechou a porta das mineradoras e colocou na rua milhares de trabalhadores. Uma recente recuperação de preços no mercado internacional deu, entretanto, nova musculatura à retomada do setor. (RM)

Fonte: Diário de Natal

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