Cetem inaugura laboratório para diagnóstico do estado de conservação de monumentos

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O Centro de Tecnologia Mineral (Cetem) inaugurou, na última sexta-feira (16), no Rio de Janeiro (RJ), um laboratório que deve consolidar o instituto como referência na América Latina no diagnóstico do estado de conservação de rochas e materiais de construção em monumentos e imóveis tombados. Vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), o Cetem desenvolve estudos técnicos e científicos voltados para a análise de mármores, granitos, azulejos, tintas e argamassas em prédios históricos. O trabalho começou em 2008 com o convite do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional no Rio de Janeiro (Iphan/RJ) para avaliar as causas das alterações das rochas do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, que completava 100 anos.

“Verificamos que nós precisaríamos de equipamentos que não fossem destrutivos para os monumentos. Então, começamos a receber incentivo para a compra desses equipamentos e, em 2010, recebemos o projeto do Cristo Redentor”, lembra o pesquisador Roberto Carlos da Conceição Ribeiro.

“Nós fizemos todo o monitoramento e a avaliação das alterações do monumento do Cristo e, a partir daí, a demanda só aumentou. No ano de 2014, fechamos uma parceria com o Iphan para que todos os monumentos que tivessem minerais passassem exclusivamente pelo Cetem”, acrescenta.

Laboratório

Segundo o pesquisador, o Laboratório de Conservação e Alterabilidade de Materiais de Construção (Lacon), que recebeu R$ 1 milhão em investimentos, vai impulsionar as pesquisas na área de caracterização e alterabilidade das rochas e materiais de construção, fortalecendo a parceria com Iphan. O Lacon dispõe de máquinas que simulam a ação do tempo e uma série de equipamentos portáteis para o trabalho de campo. Ao todo, 11 pesquisadores do Cetem foram destacados para atuar na área de conservação de monumentos, um trabalho que apenas as universidades federais da Bahia e de Minas Gerais realizavam.

“Mas o Cetem se equipou de tal forma que se tornou referência nacional”, afirma Roberto. “E existem milhares de monumentos em todo mundo que merecem ser preservados e conservados. Para que os restauros sejam bem feitos e de forma consciente, você precisa de um centro de pesquisa que dê todo esse suporte para o trabalho do restaurador, para que não causem danos às vezes irreversíveis em monumentos e estátuas. Então, o Cetem se torna um local de grande referência e importância para guiar o trabalho dos restauradores no Brasil e na América Latina, que é nossa meta agora.”

O trabalho do Cetem inclui a identificação dos tipos de rochas utilizados na estrutura e revestimentos dos prédios tombados; a caracterização física e química da rocha considerando o grau de porosidade, a massa e a absorção de água; o diagnóstico dos tipos de degradação sofrida pelas rochas e suas causas; e a definição dos diferentes métodos para a proteção e, consequentemente, para a preservação do monumento. Ao final de cada estudo, os pesquisadores emitem um relatório técnico informando se a composição da rocha foi alterada ou não, indicando produtos e procedimentos para a restauração.

Até o momento, os pesquisadores do Cetem já atuaram na preservação das rochas que recobrem o Museu da Quinta da Boa Vista, a Fazenda do Capão do Bispo, a Igreja de São Francisco da Prainha, as Banheiras Históricas da Floresta da Tijuca, o Prédio e Armazéns da Companhia de Navegação Costeira, as calçadas de pedras portuguesas de Copacabana e de Vila Isabel, o Paço Imperial, o Parque Lage, a Igreja da Candelária, o Mosteiro de São Bento, a Companhia Docas, entre outros bens históricos.

Fonte: MCTIC

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