O Instituto de Pesquisas Tecnológias (IPT) iniciou um projeto visando mapear a produção de rejeitos das empresas de mineração e avaliação das tecnologias aplicadas para sua recuperação e possível comercialização.
A expectativa é que o levantamento seja finalizado em 2016 e a partir daí pretende-se propor rotas tecnológicas que permitam a recuperação dos rejeitos levando-se em conta as especificidades do cenário nacional.
Segundo Sandra Lúcia de Moraes, pesquisadora do Laboratório de Processos Metalúrgicos e coordenadora do projeto, “recuperar esses resíduos possui um fim tanto ambiental quanto econômico, pois é possível dar outra destinação comercial ao que geralmente é descartado, trazendo vantagem competitiva às mineradoras, e diminuir também a quantidade de resíduos para o meio”.
Ela acrescenta que o total de rejeitos gerados nos processos de produção de substâncias minerais pode ser estimado a partir da diferença entre a produção bruta e a produção beneficiada. “A quantidade de rejeitos, em alguns casos, é igual à da substância produzida. Para cada tonelada de minério de ferro processado, por exemplo, temos cerca de 0,4 toneladas de rejeitos. Projeção para o período 2010-2030 aponta que o beneficiamento de minério de ferro irá contribuir com cerca de 41% do total de rejeitos gerados pelas mineradoras no Brasil”.
Atualmente uma parte importante desses rejeitos é armazenado em barragens que, mesmo havendo tecnologias (tanto de engenharia quanto de métodos geofísicos) para definir o projeto, construção e monitoramento, representam riscos. “O aproveitamento dos rejeitos como um minério de baixo teor reduziria a quantidade de resíduo alocado nas barragens, amenizando as dificuldades de manutenção e estabilidade e, em alguns casos, até mesmo tornando-as desnecessárias”, afirma Sandra.
Fonte: Brasil Mineral