O governo pretende lançar, até abril, o programa Inova Mineral, que contará com recursos da ordem de R$ 1,2 bilhão (dos quais cerca de R$ 200 milhões serão na modalidade não reembolsável) aportados pelo BNDES e Finep, para financiar projetos de inovação em áreas predefinidas pelo governo. Além do BNDES e Finep participaram da elaboração do programa as instituições MCTI, Finep, Cetem, MDIC e ABDI.
A informação foi dada pelo diretor da ABDI, Miguel Cedraz Nery, em apresentação feita no Brazilian Mining Day, durante o convenção PDAC 2016, que se realizou nesta semana, na cidade de Toronto, Canadá.
O Inova Mineral está focado no desenvolvimento de tecnologias e processos para dois grupos de minerais considerados estratégicos pelo governo: aqueles chamados “Portadores de Futuro”, tais como cobalto, grafita, lítio, minerais do grupo platina, molibdênio, nióbio, silício (grau solar), tálio, tântalo, terras raras, titânio, vanádio e outros dos quais o País é dependente, como fosfato e potássio.
O objetivo é promover o desenvolvimento tecnológico e aprimoramento dos métodos de pesquisa mineral, lavra, beneficiamento e transformação para ambos os grupos de minerais. No caso dos minerais de futuro, pretende-se estimular o desenvolvimento tecnológico e aprimoramento dos processos de produção de ligas, compostos e materiais de alto desempenho. No caso dos fertilizantes, os objetivos incluem o desenvolvimento de fontes alternativas e rotas de processamento diferenciadas, além de produtos fertilizantes mais eficientes.
Entre as tecnologias de processo estão incluídas o aumento da recuperação, o aproveitamento e aglomeração de finos e ultrafinos, desumidificação de minérios, processos hidrometalúrgicos e bioprocessamento.
Existe também uma linha de tecnologias e processos para redução e mitigação dos impactos ambientais, que incluem a recuperação e aproveitamento de resíduos e elementos dispersos, recuperação, reutilização, redução ou eliminação de água nos processos da mineração, eliminação de contaminantes no beneficiamento de minérios, tecnologias de baixo risco ambiental para disposição de resíduos, novos sistemas e tecnologias de construção de barragens e riscos ambientais, mecanismos inovadores de fechamento de mina e reabilitação de áreas degradadas.
Há, também, uma linha para máquinas e equipamentos, desenvolvimento de softwares e sistemas para prospecção mineral, planejamento e otimização de operações de mineração, automação e controle de operações mineiras e transformação mineral, lavra, beneficiamento e transformação mineral mais eficientes, incluindo redução do consumo energético e emissões.
O programa tem vigência de cinco anos e o governo prevê uma demanda de 30 a 40 projetos com valor médio de R$ 32 milhões por projeto. O primeiro edital deve ser lançado até abril.
Fonte: Brasil Mineral