O Ceará é o segundo maior produtor do Nordeste. O desafio é estimular o beneficiamento no Estado e torná-lo o terceiro em exportação até 2020. Se há um consenso do mercado para a exploração mineral no Ceará, esse aponta para a extração de rochas ornamentais. Especialistas consideram o beneficiamento de mármore e granito como a bola da vez para novos investimentos no setor. O subsolo cearense tem reservas de rochas ornamentais cuja coloração e desenho são considerados exóticos, característica que agrega valor.
Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Mármores e Granitos do Estado do Ceará (Simagran-CE), Carlos Rubens de Alencar, a capacidade instalada do Estado pode chegar a faturar R$ 300 milhões ao ano. Ele diz que a produção média mensal do Ceará de rochas ornamentais é de 4.230 metros cúbicos por mês. Quando transformadas em placas de dois centímetros, a produção chega a 140 mil metros quadrados de mármore e granito.
Atrás apenas da Bahia, o Ceará é o segundo maior produtor de pedras ornamentais do Nordeste, região que responde por 25% da extração nacional. Segundo Alencar, a região Norte do Ceará concentra as principais jazidas no Estado.
De acordo com o presidente do Simagran-CE, o Ceará tem condições de despontar no cenário brasileiro nos próximos anos. Ele conta que a entidade está trabalhando em um plano que tem como objetivo atrair novas empresas de beneficiamento. O objetivo é colocar o Ceará como terceiro maior exportador brasileiro. “Dos 4.230 metros cúbicos que são produzidos no Ceará, cerca de 1.200 metros cúbicos saem do estado sem nenhum beneficiamento. Quase tudo vai para o Espírito Santo onde é beneficiado e exportado. A nossa preocupação é incentivar a industrialização aqui. Até 2020, podemos chegar a US$ 100 milhões somente na exportação”.
Alencar explica que as empresas que beneficiam as rochas cearenses no Espírito Santo têm jazidas no Ceará, mas pagam, atualmente, R$ 250 pelo frete de cada tonelada. Em um carregamento de 30 toneladas, o frete sai por R$ 7.500. Segundo o presidente do Simagran-CE, a intenção é dialogar com o Governo do Estado para que ofereça subsídios para que as empresas capixabas venham para o Ceará. “Um atrativo que nós temos é a Zona de Processamento de Exportação do Pecém. Há pelo menos três empresas analisando a instalação na ZPE. Já temos algumas empresas assinando o termo de compromisso. Como eles são grandes exportadores, eles podem exportam daqui pela ZPE”.
Ainda segundo Alencar, caso as empresas capixabas se instalem no Ceará e investidores locais apostem nas rochas ornamentais, o estado irá se consolidar como a mais nova fronteira de exploração mineral com capacidade de atender os principais mercados mundiais como Estados Unidos, China e Europa.
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No início da década de 1990, houve a promessa de que o comércio de mármore e granito mudaria a realidade do Ceará. No entanto, a instabilidade da moeda inviabilizaram os investimentos.
A oportunidade de crescer nos próximos anos vem da atração de beneficiadoras e exportadoras segundo o Simagran-CE.
Fonte: O Povo online