O primeiro lote de exportação de carvão mineral de Moatize, na província de Tete, vai embarcar em Julho, a partir do porto da Beira. No domingo, a Vale Moçambique iniciou oficialmente as suas operações mineiras, numa cerimónia orientada pelo Chefe de Estado moçambicano, acompanhado por Roger Agnelli, presidente daquela que é a maior companhia privada do Brasil.
Com um investimento de 1,6 mil milhões de dólares, a mina terá capacidade nominal de produção de 11 milhões de toneladas de carvão metalúrgico e térmico, devendo ser exportado, numa primeira fase, a partir do porto da Beira, para onde será transportado através da linha férrea de Sena, num percurso de 600 quilómetros.
Dadas as limitações da linha de Sena, mais tarde o escoamento deste mineral será feito através do porto de Nacala, sendo que neste momento estão em curso negociações para a construção de uma linha ferroviária ligando Moatize àquela região portuária.
Para o efeito, foi recentemente assinado um memorando de entendimento entre a Vale, proponente da obra, e as autoridades do Malawi, por onde se prevê vai passar a linha. O lançamento das operações de mineração consistiu no accionar do botão para a primeira detonação do carvão pelo Presidente Guebuza e por Roger Agnelli, a que se seguiu a simulação da betonagem do mineral, numa cerimónia assistida por centenas de individualidades idas de diversos pontos de Moçambique, da região e do mundo.
Dados estatísticos divulgados em Moatize indicam que o referido empreendimento irá contribuir significativamente para a economia moçambicana, não apenas através da criação de postos de trabalho, mas também porque no pico da exploração irá gerar entre 2,5 a três mil milhões de dólares para a balança de pagamentos.
Na ocasião, o Presidente Guebuza referiu que Moçambique tem um elevado potencial, razão por que o sector mineiro é dos principais pólos de atracção de investimento nacional e estrangeiro, tendo como objecto as actividades de pesquisa e prospecção de minerais, incluindo hidrocarbonetos.
“Estamos empenhados em assegurar que Moçambique continue a constituir um destino privilegiado e seguro de investimento, um dos motores geradores de postos de trabalho, e de crescimento social e económico”, referiu, apontando como exemplo desse compromisso a adesão à Iniciativa de Transparência da Indústria Extractiva.
Por seu turno, o presidente da empresa brasileira Vale, Roger Agnelli, confessou não ter sido fácil tomar a decisão de investir em Moçambique, numa altura em que o continente era considerado um lugar arriscado para a aposta de investimento.,