Produção de argamassa ajuda a resolver problema ambiental no Rio

Notícias Gerais

As serrarias de rochas ornamentais de Santo Antonio de Pádua, noroeste do Rio de Janeiro, passaram a reaproveitar a água utilizada no corte das rochas, além de separar o pó residual.

Com o uso dessa tecnologia, a água deixa de contaminar o solo e o pó está sendo utilizado para fabricar até 20 mil toneladas de argamassa ambiental por mês na recém-inaugurada fábrica Argamil, do Grupo Mil.

A técnica foi desenvolvida por meio de uma parceria entre o Instituto Nacional de Tecnologia (INT/MCT) e o Centro de Tecnologia Mineral (Cetem/MCT), com recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep/MCT) e da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj).

O Cetem desenvolveu o processo de separação dos resíduos da água, captando-os em tanques. Além de permitir o acúmulo do pó fino para utilização posterior, o procedimento viabilizou a reutilização da água.

– No sistema que desenvolvemos é feita a reciclagem da água, que é colocada em circuito fechado. Com isso, a reposição de água no processo de serragem é muito pequena – explica o pesquisador do Cetem, Carlos Peiter.

O processo resolveu o problema da poluição de córregos e riachos locais, mas ainda não se sabia o que fazer com o pó residual, que já começava a se acumular nas fábricas. Para solucionar esse problema, o INT realizou uma pesquisa e identificou três possíveis usos para o pó fino: composições de telhas e tijolos, artefatos de borracha e argamassa industrial.

– Em função das oportunidades e da própria característica da região de Pádua, o INT sugeriu que a melhor alternativa técnica seria implantar uma fábrica de argamassas, uma vez que essa família de produtos apresenta alta demanda de resíduos – conta o pesquisador do INT, José Carlos da Rocha.

– As leis serão cada vez mais restritivas com relação à destinação final dos resíduos e teremos que criar novas soluções tecnológicas, o que é uma oportunidade de atuação para as instituições de pesquisa, desenvolvimento e inovação – conclui o pesquisador.

Fonte: JB Online

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