Superintendente de Minas fala sobre novos passos de Mato Grosso nesse setor

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Superintendente de Minas, da Secretaria de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme), Joaquim Jurandir Pratt Moreno fala sobre a situação da mineração em Mato Grosso. Ele conta que o Estado deu passos importantes nos últimos anos neste setor e fala dos projetos que devem ser concluídos nos próximos meses.

A quantas anda o setor de mineração em Mato Grosso?

Concluímos em 2004 uma infra-estrutura geológica que já era reivindicação de mais de 25 anos da classe dos geólogos e mineradores. A partir daí, começamos outro trabalho com uma escala maior que chamamos de projeto Noroeste e Nordeste de Mato Grosso. Ao todo foram investidos aproximadamente R$ 24,5 milhões, partilhados entre a Sicme e o Serviço Geológico do Brasil (CPRM). Os projetos de geologia e recursos minerais foram iniciados em 2003, quando foi firmada uma parceria entre o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme) e o Governo Federal, em parceria com o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) para Elaboração do Mapa Geológico e Recursos Minerais do Estado de Mato Grosso, na escala 1:1.000.000.

A partir desse convênio foram firmadas outras parcerias que resultaram na elaboração do Sistema de Informação Geoambiental de Cuiabá, Várzea Grande e Entorno (SIG); Mapeamento Geológico de Três Folhas que inclui os municípios de Aripuanã, Tapaiúna e Juína, denominado Projeto Noroeste de Mato Grosso. Outro resultado foi o projeto de Geologia e Metalogenia da Província Aurífera Juruena/Teles Pires e o Projeto Rochas Calcárias e Fosfatadas para Insumos Agrícolas do Estado de Mato Grosso.

O que é, na prática, esse levantamento aerogeofísico?

É um projeto prioritário para o desenvolvimento do setor mineral de Mato Grosso. Com o resultado desse trabalho fica mais fácil para o Estado atrair investimentos. Utilizamos tecnologia de última geração para fazer o levantamento Aerogeofísico do Estado de Mato Grosso. Ao todo, foram investidos R$ 8,9 milhões, sendo R$ 4,4 milhões por parte da CPRM e R$ 4,5 milhões aplicados pela Sicme. O Levantamento Aerogeofísico foi realizado em duas etapas, sendo que a primeira apresentou o levantamento da Área I, concluída em 2007, com 46 mil Km2 (correspondente à região dos municípios de Paranatinga, Planalto da Serra, Nova Mutum, Nobres, Rosário Oeste, Chapada dos Guimarães) e a segunda que está sendo realizada na Área II (região dos municípios de Alto Paraguai, Tangará da Serra, Barra do Bugres, Mirassol d´Oeste, Porto Esperidião, Jauru, Pontes e Lacerda, Sapezal, Nova Lacerda, entre outros) totalizando 125 mil Km².

Isso é um trabalho inédito no Mato Grosso?

Sim. Foi a primeira vez que o Governo do Estado de Mato Grosso faz esse mapeamento em parceria com o Serviço Geológico do Brasil que é responsável constitucionalmente pela cartografia geológica de todo o Brasil.

E o mapeamento geológico? Quais são os benefícios deste trabalho?

É importante destacar que o mapeamento geológico é o primeiro elo da cadeia produtiva da mineração. Sem os embasamentos geológico que este mapeamento fornece ficaria muito difícil de indicar ambientes propícios à mineralização. Além disso, também está em fase de conclusão o levantamento agrogeofísico que vamos apresentar à população no próximo mês de agosto.

Quer dizer que estes dois trabalhos, o mapeamento geológico e o levantamento aerogeofísico formam um diagnóstico do setor de mineração em Mato Grosso, ou seja, um raio x do setor?

Exatamente. Com estes dois projetos fica mais fácil indicar as áreas favoráveis a mineração no Estado. As informações dos mapeamentos geológicos são consideradas estratégicas pelos governos Estadual e Federal porque abrangem atividades de campo em escalas diversas – regional, semi-detalhe e detalhe – envolvendo equipes multidisciplinares, formadas por geólogos, geofísicos, geoquímicos e outros profissionais.

Como a indústria mineral contribui para o fortalecimento da economia?

Em especial na geração de emprego e renda. O efeito multiplicador em conhecimentos em levantamentos geológicos é significativamente maior na lavra e em industrialização dos recursos minerais. Para cada emprego na mineração, são gerados 13 empregos no Brasil, quatro anteriores e nove posteriores na indústria de transformação.

O setor de mineração de Mato Grosso tem como base apenas o ouro e o diamante?

Não. Já está comprovado que temos a maior jazida de zinco na região de Aripuanã, município a 1000 quilômetros de Cuiabá. Temos também uma reserva de níquel na região de Comodoro, a 644 quilômetros da Capital, que já pode ser explorada. É importante destacar que há uma diferença entre exploração e explotação. A primeira é uma pesquisa sobre a área. Já no caso da explotação é a lavra propriamente dita.

Quantas empresas já atuam no setor de mineração em Mato Grosso?

Atualmente, sete empresas executam projetos de exploração mineral que somam mais de US$ 1,2 bilhões que serão inseridos na economia do estado até 2015. Entre os principais grupos investidores estão a Yamana, Mineração Caraíba, Anglo American do Brasil e Grupo Votorantin. Vale destacar que pelo menos 13% do território mato-grossense foi requerido por empresas nacionais e multinacionais para pesquisa mineral. A geração de empregos é de aproximadamente 6,7 mil empregos espalhados pelos municípios de Chapada dos Guimarães, Rio Branco, Comodoro, Aripuanã, Juína, Vila Bela Santíssima Trindade e Nova Xavantina. Uma das melhores resposta das empresas em relação a todos os resultados de levantamento mineral feitos no Estado, pode ser medida na quantidade de hectares requeridos pra exploração no Estado. No período de 2004 a 2007 mais de 11.450 milhões de hectares foram requeridos, número quase três vezes maior que a quantidade requerida até o ano de 2003, ou seja, 4,5 milhões de hectares, época em que não havia dados de mapeamento geológico disponibilizados pelo Estado.

O que é o projeto Noroeste?

Este projeto inclui a região Noroeste de Mato Grosso contemplada com o mapeamento das Folhas Aripuanã, Tapaiuna e Juína, na escala 1:250.000. O projeto iniciado em 2004 mapeou, ao todo, 54 mil Km², correspondendo a 18% do território estadual, abrangendo os municípios de Aripuanã, Juína, Juara, Nova Monte Verde, Nova Bandeirantes, Juruena, Castanheira e Cotriguaçu. O mapeamento das referidas folhas, em uma escala mais adequada, possibilitou uma melhor identificação das unidades geológicas do Estado. Além disso, permitiu estudos mais específicos de metalogenia com vistas a avaliar o potencial mineral da região. Os trabalhos executados permitiram identificar mais de 850 pontos potenciais para a ocorrência de ouro, prata, zinco, diamante, cobalto, níquel, cromo e outros minerais no subsolo. Os estudos incrementaram os requerimentos de áreas em Mato Grosso, por empresas interessadas em investir nas pesquisas minerais. Para execução desse projeto foram investidos R$ 3,5 milhões.

E o projeto de geologia e metalogenia da província aurífera do Juruena e Teles Pires?

O objetivo deste projeto foi identificar o potencial em ouro e diamante das cidades da região dos rios Juruena e Teles Pires, Alta Floresta – Peixoto de Azevedo e Juína, foi realizado o projeto Metalogenia da Província Aurífera Juruena -Teles Pires. A região tem uma vocação metalogenética para ouro, tendo sido caracterizada como Província Mineral de Alta Floresta, durante a Realização do Mapa Geológico e de Recursos Minerais de Mato Grosso.

Fonte: Extra Mato Grosso

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