Exportações
As exportações brasileiras de rochas ornamentais fecharam 2015 com variação negativa de 5,30% em valor e 8,78% em volume físico, somando USD 1.209,1 milhões e 2,32 milhões de toneladas. Esses números ficaram pouco abaixo do que se havia projetado a partir do 3º trimestre de 2015 (USD 1,25 bilhão e 2,4 milhões de toneladas).
Em função do câmbio, caiu o preço médio em USD de quase todos os produtos exportados, exceto os de bloco de quartzito e granito, neste último caso pela queda das exportações para a China. Tiveram recuo expressivo as exportações de ardósias e quartzitos foliados, dando seguimento a um processo observado há mais de cinco anos.
Os incrementos mais expressivos foram anotados para blocos de quartzito (2506.20.00), chapas de mármore (6802.91.00) e dos produtos exportados pela posição 6802.99.90, provavelmente correspondentes a chapas de rochas exóticas e a produtos acabados.
A queda do faturamento (-15,1%) e do preço médio das exportações gerais brasileiras foram muito superiores àquelas do setor de rochas. Com dólar médio de R$ 2,353, os exportadores brasileiros de rochas faturaram R$ 3.004,3 milhões em 2014. Com dólar médio de R$ 3,331 em 2015, o faturamento foi de R$ 4.027,6 milhões, ou seja, 34,1% mais do que em 2014, o que deve ter compensado a inflação (10%), o aumento de custo dos insumos importados e o aumento do custo de trabalho no período.
O volume físico de chapas exportado em 2015, considerando a soma das posições 6802.29.00, 6802.23.00, 6802.93.90, 6802.21.00, 6802.91.00, 6802.92.00 e 6802.99.90, totalizou 1,22 milhão de toneladas, com incremento 5,1% sobre 2014. O volume físico de chapas exportado em 2015 corresponderia assim a cerca de 22,6 milhões de m2 equivalentes, com 2 cm de espessura, contra 21,5 milhões m2 equivalentes em 2014.
O volume físico exportado de rochas processadas, incluindo os subcapítulos 6801, 6802 e 6803, somou 1,35 milhão de toneladas, com variação positiva de 3,82% frente a 2014. Isto foi devido ao aumento das exportações de chapas de granito e rochas similares pela posição 6802.93.90 (+4,56%) e das exportações de chapas de mármore pela posição 6802.91.00 (+57,1%).
A participação de rochas processadas, no total do faturamento, evoluiu de 79,31% em 2014 para 81,77% em 2015, mais pela queda das rochas brutas do que pelo crescimento dessas rochas processadas. A participação das exportações de rochas no total das exportações brasileiras evoluiu de 0,57% em 2014 para 0,63% em 2015, mais pela queda das exportações gerais do que pela variação das exportações de rochas.
Importações
As importações de materiais rochosos naturais e artificiais também sofreram redução significativa em volume físico, somando respectivamente 73,3 mil toneladas (-25,87%) e 53,2 mil toneladas (-15,18%). O valor das importações de materiais artificiais (USD 43,1 milhões) superou o dos naturais (USD 42,3 milhões), devido ao seu maior preço médio. Os números das importações são simpáticos ao desaquecimento do mercado interno da construção civil.
O fluxo comercial do setor de rochas (exportações + importações) totalizou USD 1.251,47 milhões, com um saldo de USD 1.166,80 a nosso favor.
Observações
As exportações para os EUA superaram 1 milhão de toneladas (1.036.261,97 t), gerando faturamento de USD 792,2 milhões em 2015. Frente a 2014, houve variação positiva de 0,32% no faturamento e 6,89% no volume físico dessas exportações. A participação das exportações para os EUA, no total do faturamento e volume físico das exportações brasileiras de rochas, evoluiu respectivamente de 61,8% e 38,1%, em 2014, para 65,5% e 44,6% em 2015. As exportações efetuadas pelo subcapítulo 6802, que abriga essencialmente chapas, tiveram variação positiva de 6,67% em volume físico, somando 98,30% do total exportado para os EUA. As exportações de chapas para os EUA representaram, assim, 83,5% do total das exportações brasileiras de chapas, o que corresponderia a cerca de 18,9 milhões de m2 equivalentes com 2 cm de espessura. O preço médio das exportações de rochas para os EUA, também essencialmente remetido às chapas, recuou de USD 810/t em 2014, para USD 760/t em 2015. É pouco provável que essas exportações evoluam positivamente em 2016.
As exportações para a China, que é o segundo maior mercado das rochas brasileiras, recuaram de forma expressiva pelo segundo ano consecutivo, somando USD 104,4 milhões (-27,73%) e 568,4 mil toneladas (-27,87%). A participação da China, no total das exportações brasileiras de rochas, em 2015, foi de 8,6% no faturamento e de 24,5% no volume físico. O preço médio dessas exportações foi de apenas USD 180/t, mantendo o mesmo patamar de 2014. As rochas brutas perfizeram 99% do volume físico e 95% do faturamento dessas exportações para a China. Destaca-se que, até 2013, o volume físico exportado para a China foi superior e equivalia a mais de 50% do total das exportações brasileiras. Não fosse o bom desempenho brasileiro nas exportações de rochas processadas, especialmente para os EUA, teria sido mais forte o impacto da queda chinesa no desempenho brasileiro em 2014 e 2015. Assim como para os EUA, é pouco provável que as exportações de rochas para a China evoluam positivamente em 2016.
A Itália é o terceiro maior mercado para as exportações brasileiras de rochas, absorvendo um mix de produtos que inclui chapas de mármores e granito (subcapítulo 6802), produtos de ardósia (6803) e quartzitos foliados (6801), ainda que predomine o faturamento com rochas brutas carbonáticas (6,6% do total) e silicáticas (85%). O preço médio dos produtos exportados através dos subcapítulos 2506 (USD 710/t) e 2516 (USD 340/t), envolvendo respectivamente blocos de quartzito e blocos de “granitos”, é bastante superior ao das exportações brasileiras gerais dos mesmos produtos (USD 650/t e USD 208/t) e, sobretudo, frente aos exportados para a China (USD 180/t e USD 350/t). Os preços pagos e a quantidade importada pela Itália permitem concluir que este país está novamente serrando rochas brasileiras, neste caso materiais exóticos, para atendimento de obras no mercado internacional e, sobretudo, nos EUA.
Destaca-se que para obter o mesmo faturamento atual das exportações do setor (USD 1,21 bilhão), apenas com a venda de rochas brutas (blocos), o Brasil teria de exportar cerca de 5,4 milhões de toneladas/ano. Pelas dificuldades burocráticas e custos envolvidos no licenciamento minerário e ambiental das atividades de lavra, as exportações brasileiras de rochas ornamentais seriam quase totalmente inviabilizadas.
Números das Exportações de Rochas no Período Janeiro-Dezembro de 2015
USD 1.029,1 milhões de faturamento (-5,3% frente mesmo período de 2014).
2,32 milhões de toneladas (-8,8% frente mesmo período de 2014).
81,8% de participação de rochas processadas no faturamento (contra 79,3% em 2014).
58,2% de participação de rochas processadas no volume físico (contra 51,2% em 2014).
2,4% de queda no faturamento com rochas processadas.
3,8% de incremento no volume físico de rochas processadas.
USD 1.166,8 milhões de saldo na balança comercial.
0,63% de participação no total do faturamento das exportações brasileiras.
USD 520,4/tonelada de preço médio das exportações brasileiras de rochas ornamentais, contra USD 299,8/tonelada das exportações gerais brasileiras.
Veja o texto, gráficos e tabelas fazendo o download AQUI.