A importância da interação entre clusters (ou Arranjos Produtivos Locais – APL) de diferentes setores foi destaque na palestra do professor Christian Ketels, do Instituto de Estratégia e Competitividade da Harvard Business School (EUA). “É preciso fazer com que os clusters colaborem entre si, aumentando a competitividade de maneira geral”, disse durante o 6º Congresso Latino-americano de Clusters, em Ouro Preto (MG).
De acordo com o especialista, a importância econômica desses arranjos foi comprovada por pesquisas. “Estatísticas dos últimos anos mostram que as regiões que têm clusters mais fortes conseguem aumentar o nível de renda da população”. Os APL também contribuem para elevar a inovação e a produtividade. “Clusters são fontes de ideias e soluções, pois têm muita gente pensando. Ajudam a ter um feedback rápido do mercado, para saber se a nova ideia é prática e lucrativa”.
O desenvolvimento dos APL requer o envolvimento de pesquisadores, universidades, governo e empresas dos mais variados portes. No Brasil essa questão se torna ainda mais relevante à medida que as políticas públicas de apoio aos clusters são incipientes. E, por ser um país grande e sem tradição de abertura econômica, os clusters brasileiros podem sofrer mais com a competição global.
Ketels afirma que os recursos naturais ajudam, mas não são suficientes para garantir a sobrevivência das empresas. Ele cita o caso de tradicionais polos produtivos da Itália que estão desaparecendo, pois não conseguem acompanhar a competição mundial. “Teremos que ser sempre inovadores, adaptados às práticas mundiais”, ressalta. O especialista diz que a vantagem competitiva está em algo que o rival em outro país não consiga copiar. Uma boa maneira de se diferenciar é buscar a especialização. Isso ocorre com frequência no setor automotivo. Cada empresa do pólo se dedica a um segmento específico, como design automotivo, por exemplo.
No Brasil, o apoio governamental e o investimento em competitividade farão a diferença. “O governo influencia em todos os aspectos. Contribui no engajamento de empresas para que elas se tornem mais competitivas. O foco é a produtividade da economia como um todo. Para isso precisamos alinhar agenda dos clusters a uma agenda de competitividade mundial”, diz.
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