A oficina, realizada pela Secretaria do Desenvolvimento Econômico, da Ciência e Tecnologia e do Turismo (Sedetec), através do Grupo de Trabalho Permanente – APL e do Núcleo Estadual de Arranjos Produtivos Locais (NEAPL-SE), contou com a presença de representantes dos APLs e de instituições financeiras.
Na ocasião, os integrantes de APLs apresentaram as facilidades e entraves encontrados no acesso ao crédito, enquanto os representantes dos bancos falaram um pouco sobre a realidade das instituições financeiras. O objetivo era promover a discussão sobre os gargalos identificados no acesso ao crédito para APLs, propondo alternativas que visem diminuir essas dificuldades.
Discussão
Para Abílio Guimarães, representante do APL Cerâmica Vermelha, há por parte dos ceramistas uma necessidade muito grande de acesso ao crédito. É preciso que haja ajustes, tanto por parte das indústrias quanto dos bancos, explica ele.
Carlos Oberto, representante do APL Pecuária do Leite, também afirma que a maior dificuldade encontrada por ele é o acesso ao crédito. O pequeno empresário não precisa só de experiência no negócio, mas também de financiamento, diz.
Diferente do que apresentaram Carlos e Abílio, o representante do APL Mandiocultura, Carlos Lapa, afirma que para os empresários do setor nunca faltou empréstimo. Sempre fomos muito bem recebidos, tanto por parte do Banco do Brasil quanto do Banco do Nordeste. O financiamento fornecido por eles mudou a nossa história, tanto no quesito equipamento quanto em boas práticas de produção, defende Lapa.
Partilha da mesma opinião Jucilene Santana, do APL Apicultura, que defende que a criação dos APLs por parte do Governo do Estado foi um grande passo para o desenvolvimento produtivo em Sergipe, especialmente no setor de apicultura. Hoje, dos 22 apicultores integrantes do APL, todos eles conseguiram crédito. Nunca tivemos dificuldades para obter financiamento, declara Jucilene.
Bancos
Carlos Morais, representante do Banco do Brasil, defendeu que não há como fornecer um financiamento sem a apresentação da documentação necessária por parte das empresas. A maioria dos entraves encontrados pelos empresários no acesso ao crédito é o licenciamento ambiental, explica.
Ele também apontou como problemas no processo de liberação de financiamento os limites e as restrições de crédito. Carlos ressaltou, ainda, que o BB tem todo o interesse em fornecer crédito. Todo gerente tem uma meta de crédito a cumprir, isso faz parte da estratégia do banco, ressalta.
O representante do Banco do Brasil também falou sobre a importância dos APLs para facilitar o acesso ao crédito. Os APLs fazem com que os produtores tenham mais representatividade. É muito mais fácil conseguir financiamento de forma coletiva. Por isso, é fundamental valorizar os arranjos produtivos, principalmente por parte das pequenas empresas, enfatiza Carlos Morais.
Segundo Ricardo Carvalho, representante do Banco do Nordeste (BNB), afirmou que os principais problemas enfrentados pelos bancos são a documentação necessária, os limites de crédito, as garantias exigidas e a celeridade no acesso ao financiamento. Os documentos são muito importantes, os bancos não podem abrir mão deles. As instituições financeiras atuam de acordo com o princípio da legalidade, explica.
Ele ressaltou, ainda, que os bancos públicos têm como missão servir à sociedade e que fornecer crédito é sua obrigação. Mas essa concessão deve ser feita da maneira mais correta possível, adverte Ricardo.
Fonte: http://www.jusbrasil.com.br/politica/6090918/representantes-de-apls-discutem-acesso-ao-credito