Os Arranjos Produtivos Locais (APLs) já são uma realidade promissora em Minas Gerais. Desde 2006, quando foi sancionada a lei nº 16.296, cujo projeto, de minha autoria, instituía a política de desenvolvimento estadual e regional por meio dos APLs, os municípios estão avançando em várias áreas.
Os APLs são aglomerações de empresas localizadas em uma mesma região, com determinada especialização produtiva, além de vínculo entre si e com instituições públicas e privadas estabelecendo formas de cooperação. Compõem o núcleo gestor 34 municípios, que produzem ardósia, bebidas artesanais, biotecnologia, calçados e bolsas, eletroeletrônica, floricultura, fogos de artifício, fundição, gemas e joias, móveis, pedra sabão, quartzito, software, suinocultura e vestuário, beneficiando as respectivas comunidades e o crescimento de várias cidades adjacentes.
No país, há 51 APLs somente de base mineral. Em Minas Gerais, são quatro: rochas ornamentais de pedra sabão, de Ouro Preto; quartzito, de São Tomé das Letras; gemas e joias, de Teófilo Otoni; e ardósia, de Papagaio. Em São Tomé das Letras, a utilização da reciclagem dos rejeitos de quartzito passou a ter valor agregado, solucionando as questões ambientais da região e contribuindo para o desenvolvimento de mais oito cidades.
Os APLs estão abrindo portas para o mercado de trabalho, incentivando potenciais e criando oportunidades de maneira extraordinária. Neste momento, é essencial que o empresariado local esteja envolvido com o propósito de interligar a mão de obra com a fabricação, industrialização e comercialização.
Se o envolvimento dos municípios produtivos for uma realidade constante por meio dos APLs, Minas nunca vai estar na contramão do desenvolvimento. Trata-se de uma oportunidade única para aproveitar as riquezas naturais e o artesanato, tão latentes em nosso Estado, contribuir para o desenvolvimento sustentável, minimizar impactos e preservar o meio ambiente. E também de promover a inclusão social, com a melhoria dos processos produtivos e da qualidade dos produtos e serviços.
Além disso, com os APLs, as políticas de inserção competitiva das microempresas, articuladas entre si por redes de cooperação, implicam uma ampla mobilização dos agentes locais e funcionam, de certa forma, como necessário contraponto à centralização do capital hegemonizado pelos grandes grupos econômicos. Os envolvidos trabalham com o mesmo objetivo, tentando compatibilizar as diferenças produtivas e institucionais, e estimulando o compartilhamento de seus empreendimentos.
Ampliação da renda local, geração de emprego e crescimento da atividade econômica são fatores circunstanciais dos Arranjos Produtivos Locais, hoje presentes nos municípios que contribuem para elevar Minas Gerais nos cenários econômicos nacional e internacional.
Fonte: Agência Sebrae de Notícias