A competitividade da mineração tornou Minas Gerais menos vulnerável às crises no mercado internacional, apesar da queda acentuada na demanda mundial por commodities minerais. Mesmo com a crise financeira global, o Estado mantém posição de liderança no cenário internacional.
O parque industrial mineral e metalúrgico de Minas Gerais se consolidou nos patamares mais elevados de escala de produção atingidos nos últimos anos e a competitividade do segmento mineral, medida pelos indicadores de desempenho operacional, gerencial, tecnológico e socioambiental, comprova esta realidade.
A competitividade do setor mineral brasileiro, de um modo geral, é indicada pelo nível de investimento previsto – e garantido – para o país no período 2009/2013, segundo dados coletados pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), órgão que congrega a iniciativa privada e que prevê aporte de US$ 47 bilhões.
Nesse cenário, Minas Gerais responde por investimento de US$ 17 bilhões para o período 2008/2012, também de acordo com levantamento do Instituto. A maturidade da indústria mineral em Minas atrai o interesse de empreendedores internacionais e nativos para uma nova geração de investimentos em nichos de mercado, sustentabilidade e no adensamento de negócios da cadeia produtiva mineral e metalúrgica.
Ao entender a crise como um efeito cíclico de curta duração, o setor busca tirar vantagem das novas dimensões atingidas dinamizando o crescimento, fomentando melhor distribuição social das riquezas geradas e construindo uma cadeia produtiva mais densa. O desafio a ser vencido para uma exploração mais ambiciosa da infraestrutura e do patrimônio mineral e metalúrgico é o domínio tecnológico e mercadológico da nova geração de estratégias e negócios.
A resposta a este desafio está sendo construída pelo Governo de Minas, desde 2007, por meio de seu Sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação que prioriza a mineração e metalurgia. A criação do Pólo de Excelência Mineral e Metalúrgico é a estratégia para o crescimento ancorado na mineração e metalurgia com padrões de inteligência de classe mundial.
De acordo com o gerente executivo do Pólo de Excelência Mineral e Metalúrgico, Renato Ciminelli, o Programa foi concebido e está sendo implementado tendo como âncora uma ampla rede de cooperação internacional científica e empresarial. A cooperação entre as instituições de pesquisa mineiras e a University of Queensland da Austrália é um exemplo e consagra o modelo a ser seguido mundialmente.
“A estruturação e o funcionamento ambicioso do Consórcio Mínero-Metalúrgico de Formação e Qualificação Profissional associado ao Pólo consagra a eficiência desta frente empresarial que fortalece o setor por meio da formação massificada de especialistas, técnicos e pessoal operacional”, afirma.
Na fase mais madura do mercado, a especulação dá lugar ao planejamento estratégico de ações para a consolidação do setor. Ciminelli acrescenta, ainda, que “a elaboração de projetos de sustentabilidade em regiões minerarias, metalúrgicas e sua implementação garantirá a perenidade do crescimento”.
A rede de inteligência mineral e metalúrgica com o apoio do Governo Estadual lança Minas como uma marca mundial de inteligência. Na opinião de Ciminelli, o lançamento do Pólo é resultado da organização de um ambiente de aplicação do conhecimento que pode reverter, com criatividade e inovação, os impactos da crise econômica mundial que tem penalizado as commodities minerais e metalúrgicas.
“A capacidade empreendedora mineira é potencializada pelas ferramentas do Pólo e as oportunidades para capacitação de profissionais em níveis nunca experimentados, a expansão da cadeia produtiva e a exploração de novos nichos e segmentos”, destaca.
Mineração em Minas continua crescendo
As previsões já apontam para 2012 déficits no atendimento da demanda de minério de ferro pelo Brasil. Os números do Consórcio Mínero-Metalúrgico para Formação e Qualificação Profissional em Minas Gerais necessitam de ações de apoio e confirmam que o setor continua em expansão com a contratação de 29 mil profissionais de nível básico, médio e superior, no período 2008-2012.
“O crescimento da demanda e o potencial para aumento da cota no mercado nacional e internacional tornam obrigatória a busca de novas jazidas”, diz o gerente executivo.
Estratégia para ampliar os ganhos
O Pólo de Excelência está lançando as bases de um projeto para mobilização em um Arranjo Produtivo Local (APL) com foco internacional nas empresas de engenharia, serviços, equipamentos e laboratórios. “Uma rede de classe mundial de grupos de pesquisa para apoio aos negócios está em fase final de organização e ancora negócios de vanguarda.
Iniciativas como a criação do Instituto UFMG de Recursos Minerais, Água e Biodiversidade, do Programa Quadrilátero Ferrífero 2050, pela Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), darão visibilidade à nossa inteligência em sustentabilidade”, acrescenta. Segundo ele, é uma maneira de garantir a perenidade da mineração e metalurgia, gerando novos negócios ligados ao meio ambiente, à responsabilidade social e à sustentabilidade.
Fonte: Mining.com