Produtores do APL Calcário do Cariri se organizam para firmar a região como pólo produtor de calcário

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Os primeiros colonizadores chegaram à região no século XVIII, mas só nas últimas décadas do século passado que o Cariri vem se destacando pela produção de calcário sedimentar e metamórfico, usado para piso e revestimento e a fabricação de cal, respectivamente. 

A exploração da ‘pedra Cariri’, como é conhecida localmente, acontece há cerca de 30 anos na região. No começo convivia, paralelamente, com outras atividades como a pecuária e agricultura de subsistência, mas aos poucos vai assumindo condição de atividade permanente e a mais importante para os diversos municípios da região.

Foi essa característica que viabilizou o estudo de implantação de um APL na região do Araripe/Cariri nos municípios de Santana do Cariri, Nova Olinda, Altaneira e Farias Brito. “A mineração é responsável por cerca de 80% da renda dos municípios de Santana do Cariri e Nova Olinda, geramos em torno de 1500 empregos diretos para o semi-árido nordestino é muita coisa”, conta o vice-presidente da Associação dos Produtores de Calcário, Lajes e Rochas Ornamentais de Nova Olinda (Asprolan), Francisco Jackson Nuvens. 

O potencial da exploração levou à articulação e negociação de projeto envolvendo MCT MME em parceria com a SECITECEFUNCAPCETEM e como co-executores o Sebrae/CE e o Instituto Centro de Ensino Tecnológico – CENTEC. O processo desencadeou uma série de ações de consolidação e amadurecimento da cadeia produtiva da região. Treinamentos e investimento em equipamentos e cursos resultaram na regularização na produção, em estudos de impacto ambiental, padronização dos produtos, resultando em inclusão social e crescimento econômico. 

“Perdíamos até 80% da produção por causa da falta de padronização da pedra. Hoje estamos exportando para os EUA, Espanha, Portugal”, revela Hidemar Alencar, Presidente da Cooperativa dos Mineradores da Pedra Cariri (Coopedras). A maquinaria implementada, utilizada no corte e beneficiamento, permite que o metro quadrado, antes vendido a R$5, possa ser vendido a R$26. “O trabalho realizado aqui, acima de tudo está promovendo a inclusão social, permitindo que mineradores possam viver da atividade dignamente”, conclui Hidemar. 

O trabalho na região ainda continua com a negociação do destino final do rejeito da exploração e do beneficiamento. Ele já está sendo utilizado na fabricação de cimento e na produção de sandálias. Estudos ainda estão sendo realizados para encontrar novas formas de utilização do rejeito em outras cadeias produtivas.

por: Claudio Almeida
Jornalista da RedeAPLmineral

Fonte: RedeAPLmineral

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