A Rede de Entidades Tecnológicas Setoriais (Rets) vai promover, nos dias 1º e 2 de julho, um treinamento em elaboração de projetos de inovação voltado para técnicos de Entidades Tecnológicas Setoriais (ETS). Com este curso, os profissionais vão se capacitar para orientar empresas e auxiliar na elaboração de projetos para editais de apoio à inovação. Segundo o coordenador da Rets e diretor da Sociedade Brasileira Pró-Inovação Tecnológica (Protec), Roberto Nicolsky, empresas com projetos de inovação devem procurar as entidades de seus setores para receber orientação na formulação das propostas.
“As Entidades Tecnológicas Setoriais também devem começar a se mobilizar para procurar e identificar nos seus respectivos nichos as oportunidades e projetos com potencial para pleitear o apoio e aporte de recursos no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e na Financiadora de Estudos e Projetos (Finep)”, afirmou Nicolsky, no último dia 10, durante reunião da Rets na sede da Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel (ABTCP).
Além do treinamento de técnicos das entidades, a Rets está preparando para empresas de todos os setores um manual de formatação de projetos de pesquisa e desenvolvimento. O manual “Projeto de Inovação Tecnológica: planejamento, formulação, avaliação e tomada de decisões”, do especialista em inovação Joel Weisz, está em fase de ajustes finais e deve ser editado em breve, mas já está servindo como a base de atuação da Rets.
Durante a reunião, as Entidades Tecnológicas Setoriais também definiram seu posicionamento relativo a políticas públicas de inovação tecnológica no País marcadas por dois fatos recentes: as novas linhas do BNDES e o edital de Subvenção Econômica da Finep. As ETSs comemoraram o importante passo dado pelo BNDES com a criação de um programa de inovação que contempla a redução nas taxas de juros nos contratos, o aumento significativo de prazos e a flexibilização de garantias, entre outros aspectos.
“Agora esperamos que o mecanismo de encomenda tecnológica com compartilhamento de risco, que já existe na linha Profarma Inovação, do setor de Saúde, seja estendido para todos os setores com compras governamentais, e, no futuro, para projetos de inovação tecnológica em geral”, ponderou Nicolsky. Segundo ele, representantes da Rets vão solicitar uma reunião com o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, para formalizar o apoio das entidades e discutir novas perspectivas.
A avaliação das entidades em relação ao edital de subvenção econômica da Finep, no entanto, não é tão positiva. Embora tenha sido considerado excelente o fato da instituição ter lançado o edital pelo terceiro ano consecutivo, as ETSs acreditam que seu conteúdo não é o mais adequado para promover a inovação tecnológica no País.
De acordo com Nicolsky, a principal queixa das entidades é relacionada ao aumento das restrições aos projetos de inovação de empresas, que para participar do último edital devem, obrigatoriamente, encaixar-se em um dos 18 tópicos definidos pela instituição. A Rets prepara um documento com sugestões das Entidades Tecnológicas Setoriais – que lidam diretamente com inovação no setor produtivo – para aperfeiçoar os próximos editais de subvenção econômica da Finep. O documento com o posicionamento das entidades será enviado à Finep e ao Ministério da Ciência e Tecnologia.
Segundo o coordenador da Rets, as Entidades Tecnológicas Setoriais promovem a formação de uma cultura de inovação nas empresas através de movimentos como estes; tanto os mais diretos – dar treinamento, produzir manual – quanto os mais estruturais, apoiando, criticando e sugerindo ações relativas a políticas públicas de inovação tecnológica. “Somente através da universalização da inovação na empresa o Brasil poderá crescer, exportar e se tornar um ator competitivo no cenário mundial”, conclui Nicolsky.
Notícias Protec e ABTCP
Fonte: Protec